Um tribunal do leste do Paquistão condenou à morte um casal cristão por mandar a um imã uma mensagem por telefone celular na qual o profeta Maomé era injuriado, informou neste domingo (06/04) à Agência Efe uma fonte da polícia.
A condenação, da qual a defesa dos dois deverá recorrer, foi definida na sexta-feira (04) contra Shafqat Emmanuel e sua esposa, Shagufta Kausar, na cidade de Toba Tek Singh, na província de Punjab, segundo detalhes dados pela fonte.
O envio da mensagem aconteceu em junho de 2013 e, segundo a imprensa local, foi o marido, que trabalha de vigilante em uma escola, quem o remeteu a sua mulher, empregada doméstica. A lei paquistanesa condena com a pena capital quem proferir insultos e injúrias contra Maomé.
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A sentença foi dada depois que em março outro cristão, Sawan Masih, fora também condenado à morte por blasfêmia em relação com um caso que há um ano provocou fortes distúrbios e a queima de casas e igrejas em Lahore, capital de Punjab.
Morador dessa cidade, Masih foi condenado depois que um tribunal considerou provadas as acusações contra ele por insultar Maomé. A defesa do réu adiantou que pretende recorrer da sentença.
A legislação paquistanesa contra a blasfêmia surgiu no período colonial britânico, mas as reformas feitas pelo ditador Mohammed Zia ul Haq nos anos 80 deram asas aos extremistas para abusos, como ataques a cristãos e outras minorias.
Embora não haja dados oficiais, membros da hierarquia eclesiástica no Paquistão calculam que o país abriga pelo menos quatro milhões de cristãos, em sua maioria católicos, o que representa menos de 2% da população paquistanesa.