O ministro da Economia e Planificação de Cuba, Marino Murillo, prestou esclarecimentos à população do país sobre a unificação monetária prevista para 1º de janeiro de 2021 e prometeu que o trabalho e as empresas nacionais serão mais eficientes após a medida.
“Se tudo isso fluir, e vai fluir, estaremos em condições de ter trabalho e empresas mais eficientes e a economia vai evoluir”, disse o ministro à imprensa na noite desta segunda-feira (14/12).
Após o dia 1º de janeiro, o país passará a operar apenas com o peso cubano, o CUP, que atuará com câmbio de 24 CUP a cada CUC (ou dólar). A população terá um prazo de 180 dias para trocar todos os pesos conversíveis (CUC) nos bancos e casas de câmbio.
O plano, que foi apresentado em detalhes no início do mês pelo presidente cubano Miguel Díaz-Canel, prevê o fim do peso conversível, popularmente chamado de CUC, que tem paridade com o dólar e é restringido a apenas alguns setores da economia como o do turismo e o de importações.
Para Murillo, a importância do plano está em “atuar de formas diferentes para distribuir as riquezas”. “Estamos criando condições para que o trabalho seja a principal fonte de riquezas”, disse.
Ao retirar o peso conversível, que tem paridade com o dólar, o governo espera incentivar as empresas nacionais exportadoras, já que o CUP sofrerá uma desvalorização e se tornará mais atrativo para o comércio exterior.
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Cuba irá eliminar moeda conversível em janeiro de 2021 e 24 pesos cubanos valerão 1 dólar
“É importante, no primeiro ano, controlar essa desvalorização que ocorre de maneira natural em um processo como esse. Assim que a economia reagir, podemos liberar um pouco esse câmbio, mas antes temos que gerar riquezas e o trabalho tem que ser mais eficiente”, explicou o ministro.
Para os trabalhadores, o novo plano econômico prevê um aumento no salário mínimo, que passará a ser 2,1 mil pesos, que cobre 1,3 cestas básicas.
Sobre o aumento do salário e um possível risco de inflação, Murillo afirmou que a própria dinâmica da economia após a implementação do plano dará conta de manter os preços justos, além de o governo continuar a exercer uma política de fiscalização contra a especulação.
“Estaremos rompendo um grande círculo vicioso, pois não podíamos subir o salário porque não havia produção que desse respaldo, e não havia produção que desse respaldo porque o salário não estimula o consumo das pessoas”, disse o ministro.