O CSFA (Conselho Supremo das Forças Armadas) do Egito se reuniu em caráter de urgência neste domingo (08/07) para avaliar o restabelecimento da câmara baixa do Parlamento (Assembleia do Povo), ordenado pelo presidente Mohammed Mursi. Segundo a agência de notícias Mena, a cúpula militar, presidida por Hussein Tantawi, analisa o decreto de Mursi que revoga a dissolução decretada pelo CSFA. Na ocasião, a Junta Militar era a máxima autoridade no Egito, algo que acabou mudando com a chegada de Mursi ao poder.
Em seu decreto, Mursi anula a resolução ditada no último dia 15 de junho, um dia depois que o Tribunal Constitucional confirmou a invalidação das eleições legislativas. Com esta anulação, os generais dissolveram o parlamento e recuperam o poder legislativo. Além de restabelecer a câmara baixa, o presidente egípcio estabeleceu a realização de novas eleições nos 60 dias posteriores à aprovação da nova Constituição em um referendo popular.
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A manobra de Mursi foi interpretada como um desafio à cúpula militar, que havia assumido o papel da câmara baixa, e volta a posicionar o Egito diante de outro intrincado labirinto legal. O decreto de Mursi chega um dia antes da Corte Suprema Administrativa decidir sobre a competência ou não do Tribunal Constitucional para ordenar a dissolução.
O presidente desta câmara, o islamita Saad Katatni (membro do Partido Liberdade e Justiça, o mesmo que Mursi presidia) afirmou neste domingo que a resolução do presidente representa “o respeito à soberania da lei e das instituições”. Segundo Katatni, a Assembleia do Povo já poderá vigiar o poder executivo e exercer suas prerrogativas legislativas “a partir das próximas horas”.
Mohammed Mursi jurou o cargo de presidente do Egito diante do Tribunal Constitucional, no último dia 30, após vencer as eleições e assumiu o poder que a Junta Militar tinha exercido de maneira provisória desde a queda do presidente Hosni Mubarak, em fevereiro de 2011.