O suposto desaparecimento de um candidato à prefeitura da paraguaia Ypehú ocasionou tumultos hoje no departamento de Canindeyú, onde fica a localidade, na fronteira com Mato Grosso do Sul.
Mais cedo, autoridades policiais denunciaram que o opositor Dilmar Acosta, do Partido Colorado e que é acusado por meios locais de ter vínculos com narcotraficantes, estava desaparecido há cerca de 15 dias. O rumor causou certo temor na região, já que há semanas dois dos irmãos do político foram assassinados.
Segundo o jornal Ultima Hora, o delegado Genaro Torres negou a desaparição. Logo depois, a emissora informou ter conseguido conversar com Acosta, que teria dito que estava em casa. Já o jornal local ABC Color informou, no mesmo momento, que o postulante estava com o paradeiro desconhecido, citando como fonte o mesmo chefe de polícia.
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No último dia 12, os irmãos Víctor e Elvio Acosta foram atacados em uma rua, em plena luz do dia, por ao menos quatro homens armados. O primeiro faleceu imediatamente e o segundo no hospital municipal de Paranhos (MS).
Uma das hipóteses investigadas é que as execuções tenham sido orquestradas por membros da família Giménez Suárez, conhecidos traficantes de drogas da região, onde predominam as plantações de maconha.
Eleições
Neste domingo, cerca de 31 milhões de paraguaios estão habilitados a votar no pleito que irá eleger prefeitos e vereadores dos 238 distritos do país. Para garantir a segurança durante a jornada, o governo de Fernando Lugo anunciou medidas que estarão em vigor “antes, durante e depois” do turno.
Teme-se principalmente por distúrbios na capital, Assunção, e em Ciudad del Este, na tríplice fronteira entre Paraguai, Brasil e Argentina.
O pleito é considerado ainda um teste a Lugo, que enfrenta atualmente um cenário muito diferente do que aquele que o elegeu, em 2008.
Considerado uma alternativa após 61 anos ininterruptos de administrações dos colorados, o ex-bispo de San Pedro viu-se em meio a uma crise política depois que foi acusado de ter concebido três crianças, no período em que ainda era padre da Igreja católica.
Em 2009, o chefe de Governo assumiu a paternidade de um menino, mas descartou qualquer possibilidade de renúncia.
Durante esta primeira etapa de sua gestão, Lugo também trocou por quatro vezes a cúpula militar das Forças Armadas, diante de boatos de que poderia ser alvo de um golpe de Estado. Agora, os confrontos direcionam-se ao seu estado de saúde, devido ao câncer linfático que enfrenta desde agosto e que, para setores da oposição, poderia fragilizar a condução da nação.
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