O Departamento de Justiça dos Estados Unidos afirmou neste domingo (14/07) através de um comunicado que continuará investigando o caso da morte do adolescente negro Trayvon Martin para determinar se os procuradores federais devem apresentar acusações contra George Zimmerman, absolvido ontem por um júri estadual da Flórida.
Segundo o comunicado, a seção criminal da divisão de direitos civis, o FBI e o escritório do procurador federal pelo distrito da Flórida vão avaliar as provas obtidas pela investigação federal, além das evidências e testemunhosrecebidos durante o julgamento estadual.
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A Justiça norte-americana seguirá com a investigação e “a procuradoria federal determinará se as provas revelam uma violação” que deva ser levada a julgamento. O departamento abriu uma investigação sobre a morte de Martin no ano passado, mas ela foi paralisada para permitir que a promotoria do estado pudesse proceder.
Vários protestos aconteceram em todo o país depois que no sábado um júri da Flórida absolveu Zimmerman, de 29 anos, das acusações de assassinato em segundo grau e homicídio culposo pela morte de Martin, em fevereiro de 2012.
Zimmerman, um ex-vigia voluntário, afirmou todas as vezes que disparou em legítima defesa contra Martin, de 17 anos, que retornava durante a noite para a casa da parceira de seu pai e caminhava pela cidade de Sanford, no centro da Flórida, com o capuz de seu suéter cobrindo sua cabeça. A versão de Zimmerman sobre sua ação de legítima defesa afirma que Martin o golpeou com um soco no nariz, o empurrou e que, após cair no chão, o rapaz montou sobre ele e começou a golpeá-lo e bater sua cabeça contra o solo, por isso efetuou o disparo.
O anúncio do Departamento de Justiça aconteceu depois que a organização de direitos civis mais antiga dos EUA, a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP, em inglês), ter afirmado que entrou em contato com o departamento para pedir que fossem apresentadas acusações federais contra Zimmerman. O presidente norte-americano, Barack Obama, também emitiu hoje um comunicado sobre o caso no qual pediu à população que fizesse uma “reflexão tranquila”, depois que ocorreram vários protestos por todo o país.