Abolida pela ditadura militar brasileira (1964-1985), a relação diplomática entre Brasil e Cuba completa em junho 25 anos de restabelecimento. A efeméride foi lembrada nesta terça-feira (07/06) durante a reinstalação do grupo parlamentar Brasil-Cuba, o mais antigo do Congresso, e em visita do embaixador cubano, Carlos Rafael Zamora Rodríguez, ao presidente do Senado, José Sarney, em cujo governo selou-se o reatamento.
“Não há hoje, entre Cuba e Brasil, uma única sombra de contradição ou problema que não possa ser resolvida com fraternidade”, disse Zamora Rodríguez, ao participar da reunião que reativou o grupo parlamentar.
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Montado em 1989 para aproximar os dois países e reinstalado periodicamente, o grupo tem representantes de diversos partidos. Nesta terça-feira, definiu uma eclética diretoria para os próximos dois anos e as linhas gerais de atuação no período.
A coordenadora, senadora Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), foi reconduzida e terá como companheiros de direção, entre outros, os senadores Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) e Roberto Requião (PMDB-PR) e os deputados Brizola Neto (PDT-RJ), Weglington Fagundes (PR-MT) e Fernando Ferro (PT-PE).
“Somos quase uma provocação política para lembrar como uma pequena ilha funcionou como um farol e mudou a vida de muita gente no mundo”, afirmou Vanessa. “Cuba é um país que tem um povo com uma dignidade que não vemos em outros lugares do mundo”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), também integrante do grupo.
De acordo com a senadora-coordenadora, as prioridades nos próximos dois anos serão negociar com o governo a validação de diplomas de medicina cubanos e continuar pregando o fim do embargo norte-americano contra a ilha de Fidel Castro, que recebeu a visita do ex-presidente Lula no último dia 4 de junho.
Segundo o embaixador cubano, desde o restabelecimento das relações diplomáticas, elas melhoraram em todos os governos brasileiros, mas tiveram ímpeto com Lula.
Vanessa sugeriu ainda que uma subcomissão de deputados e senadores viaje até os Estados Unidos para visitar cinco cubanos que estão presos há trezes anos por suposta prática de espionagem. “Precisamos de mais audácia”, disse ela.
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