Duas mulheres acusaram o candidato republicano à Presidência dos EUA, Donald Trump, de tê-las assediado, por meio de contatos “inapropriados”, em diferentes momentos nos últimos 40 anos. A revelação foi feita pelo jornal The New York Times, em reportagem publicada nesta quarta-feira (12/08).
Em entrevista ao jornal, Jessica Leeds, hoje com 74 anos, relata que foi assediada por Trump há mais de 30 anos. Segundo ela, eles dividiam a fileira de assentos da primeira classe em um voo com destino a Nova York e não se conheciam. Após 45 minutos de voo, Trump, diz Leeds, levantou o encosto de braço e começou a tocá-la, agarrando seus seios e tentou colocar a mão sobre sua saia.
“Ele era como um polvo. As mãos dele estavam em todo lugar”, disse Leeds, que fugiu para a parte traseira do avião.
Outra mulher também relatou ao New York Times um episódio de abuso – este, em 2005. Rachel Crooks era recepcionista em uma empresa situada na Trump Tower, em Nova York, e encontrou casualmente Trump em um elevador. Ela a cumprimentou com um aperto de mãos, mas, afirma, o hoje candidato não as soltou e começou a beijá-la no rosto. Em seguida, afirma, Trump a beijou diretamente na boca.
Para ela, reporta o Times, não pareceu acidente – mas, sim, uma “violação”. “Foi tão inapropriado. Fiquei tão chateada que ele pensou que eu era tão insignificante que poderia fazer isso”, afirmou.
Agência Efe
Mulheres acusaram Trump de assédio; candidato republicano nega
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No último debate com a candidata democrata Hillary Clinton, no domingo (09/10), Trump negou categoricamente que havia feito as coisas que afirmou em um vídeo de 2005 – que beijaria mulheres sem permissão e as pegaria pelos genitais. A revelação do vídeo abriu uma nova crise na campanha do magnata, que perdeu o apoio de diversos republicanos proeminentes.
Trump xinga repórter
Quesitonado pela reporter do New York Times sobre as acusações, Trump afirmou que “nada disso nunca aconteceu” e começou a gritar com a jornalista. “Você é um ser humano nojento”, disse, reafirmando que esses atos eram somente “papo de vestiário”, que nunca os fez. O candidato prometeu processar o jornal e afirmou que o Times estava inventando os fatos para prejudicá-lo.
Após a publicação da reportagem, a campanha soltou um comunicado em que chamou a reportagem de “ficção”. “Voltar décadas atrás em uma tentativa de borrar o sr. Trump trivaliza abusos sexuais e coloca um novo ponto baixo em até onde a mídia está disposta a ir em seus esforços para decidir esta eleição”, afirma a nota.
“É absurdo pensar que um dos mais reconhecidos líderes empresariais do planeta, com um forte histórico em empoderar mulheres em suas empresas faria as coisas alegadas nesta reportagem, e só o fato de isso vir a público décadas depois, no mês final de uma campanha para presidente, deve dizer tudo”, diz.