O ministro do Interior do Quênia, Joseph Ole Lenku, disse nesta segunda-feira (23/09) que é “improvável” que reféns ainda estejam no interior do shopping de Westgate, em Nairóbi, que está sob ataque de membros da milícia Al Shabab há mais de dois dias.
Lenku também disse que a chance de os terroristas ainda manterem algum refém é “pequena” e que todos os pisos do shopping já foram controlados pelas forças do governo. “Entretanto, nós não excluímos a possibilidade de pessoas se escondendo em armários e lugares pequenos”, acrescentou o ministro, em entrevista à BBC.
Além disso, ele afirmou que o ataque não intimidará seu país e não o fará diminuir suas operações militares na Somália. “Nós fomos para a Somália por uma razão muito forte. Nós temos negócios inacabados lá e continuaremos lá. Não ficaremos intimidados nem vamos reconsiderar nossas atividades na Somália. Se fizermos algo, será intensificar nossa presença”, afirmou Lenku.
De acordo com ele, as operações da polícia queniana no centro comercial ainda não terminaram, apesar de o “problema” estar quase no fim, e é possível que continuem cautelosamente durante a noite. Lenku disse ainda que ataques como esse podem ocorrer em qualquer lugar e que o Quênia, como “todos os países do mundo”, está suscetível ao terrorismo.
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Mais cedo, a polícia afirmou, por meio de sua conta no Twitter, que mais de dez suspeitos envolvidos no ataque a Westgate haviam sido detidos. “Pedimos aos quenianos que mantenham a calma e informem sobre indivíduos ou atividades suspeitos à agência de segurança do governo mais próxima”, acrescentaram as autoridades.
De acordo com oficiais do Quênia, Israel enviou “especialistas de segurança” para ajudar os serviços de segurança do país. “Israel está sempre pronto para ajudar outros países, países amigos, a combater o terrorismo. Acho que o terrorismo se tornou uma ameaça para o mundo inteiro e, portanto, os países – os EUA, Israel e outros países ocidentais – devem cooperar”, disse à agência Associated Press Yuval Steinitz, ministro de Assuntos Estratégicos.
O presidente dos EUA, Barack Obama, declarou que as autoridades norte-americanas também estão cooperando com as quenianas para por fim a esse “terrível” ataque, que ainda não chegou ao fim.
“Quero expressar pessoalmente minhas condolências não somente ao presidente [Uhuru] Kenyatta, que perdeu alguns membros de sua família nesse ataque, mas também ao povo queniano”, disse Obama. “Estamos com eles frente a esta terrível atrocidade”, acrescentou o líder norte-americano, cujo pai nasceu no Quênia.
Até agora, 62 mortes foram confirmadas no atentado que se iniciou ao meio-dia de sábado (21), quando membros do Al Shabab entraram no shopping e abriram fogo contra clientes e funcionários não-muçulmanos.