O governo do Egito anunciou na noite de domingo (22/04) que rompeu um acordo com Israel para fornecimento de gás natural. Israel importa do Egito cerca de 40% do gás natural consumido internamente, e usado para gerar eletricidade.
De acordo com a Agência Efe, a companhia nacional de gás natural EGAS e a Corporação Geral Egípcia de Petróleo notificaram a EMG da rescisão do contrato por “não cumprir o reembolso do gás comprado”. O diretor da empresa nacional de gás natural do Egito, Mohamed Shoeb, alega que a decisão não tem nenhum componente político.
Em Israel, o site do jornal Haaretz lembrava que o acordo para a venda de gás, considerado um dos pilares da paz entre os dois países, foi alcançado após um acordo político entre seus dois governos.
Até 2011, o Egito fornecia a Israel sete bilhões de metros cúbicos de gás natural por ano, um compromisso que deveria vigorar até 2025 e que incluía uma opção de duplicar essa quantidade se as partes estivessem interessadas.
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Israel reagiu imediatamente após o anúncio. “O Egito não entende o que está fazendo. Esta decisão fará o país retroceder política e economicamente. É uma violação do acordo de paz com Israel”, disse ao jornal uma fonte próxima à empresa israelense. O ministro das Finanças de Israel, Yuvai Steinitz, disse que a medida é “muito preocupante”, e contradiz um acordo de paz entre israelenses e egípcios.
O acordo de gás, com uma duração de 20 anos e assinado em 2005, foi o pilar da cooperação econômica entre ambos países após o acordo de paz assinado em 1979. No entanto, desde a derrocada de Hosni Mubarak em fevereiro de 2011, o gasoduto que unia ambos estados foi alvo de 14 explosões perpetradas por grupos desconhecidos. A provisão estava interrompida desde o último dia 5 de fevereiro, quando o encanamento foi o alvo de um ataque.
Israel descobriu há dois anos um dos maiores poços de gás encontrados nesta última década no mundo todo, mas sua exploração não começará até pelo menos 2014 e ocorrerá de forma limitada.
*Com informações da BBC Brasil