A Presidência do Egito decidiu nesta quinta-feira (12/09) prorrogar em dois meses o estado de emergência em todo o país. A medida foi decretada pela primeira vez em 14 de agosto, quando, a princípio, duraria um mês, para tentar frear a escalada da violência no país.
“O presidente Adly Mansur decidiu prolongar o estado de emergência por dois meses. Esta decisão foi tomada em vista da evolução e da situação de segurança do país”, o porta-voz da presidência, Ihab Badaui.
Leia mais
Justiça do Egito condena 11 integrantes da Irmandade Muçulmana à prisão perpétua
A medida começou a ser aplicada às 16h local (11h, no horário de Brasília). Além do estado de emergência, o Governo egípcio decretou há um mês toque de recolher por tempo indefinido em 14 das 27 províncias do país, entre elas Cairo. Atualmente, esta medida de exceção ocorre entre 23h e 6h, salvo as sextas-feiras, quando começa quatro horas antes.
Agência Efe
Nesta quarta-feira (11/09), um atentado no Sinai egípcio deixou pelo menos 11 mortos
O estado de emergência suspende um grande número de direitos pessoais, civis e políticos como o de greve, o de assistência judicial em caso de detenção, e o de realizar comícios políticos. A polícia fica autorizada a entrar em residências sem mandato e deter qualquer pessoa sem prévia notificação.
Três meses
O anúncio constitucional emitido em 8 de julho, após o golpe militar do dia 3 que depôs o presidente egípcio, o islamita Mohammed Mursi, estipula que a duração do estado de emergência não pode superar os três meses, salvo que um referendo aprove o prolongamento por um período igual.
NULL
NULL
Esta medida foi declarada há um mês pelo presidente interino egípcio, Adly Mansour, devido ao “perigo” sobre “a segurança nos territórios do país”, onde em 14 de agosto morreram cerca de 600 pessoas em graves distúrbios.
Leia também
Justiça do Egito determina fechamento de quatro emissoras de televisão
Nesse dia, as autoridades desmantelaram através da força os acampamentos de partidários de Mursi no Cairo, o que derivou em uma onda de protestos e violência em todo Egito.
Agora, as manifestações dos islamitas são minoritárias, mas foram registrados vários atentados terroristas, como o de há uma semana no Cairo contra o ministro do Interior, Mohammed Ibrahim, que saiu ileso de uma explosão.
O estado de emergência esteve em vigor no Egito com a desculpa da luta contra o terrorismo desde 1981 até maio de 2012, quando a junta militar que governou o país desde a derrocada de Hosni Mubarak (1981-2011) até a ascensão de Mursi ao poder em junho do ano passado decidiu não renová-lo.
*Com informações das agências Efe, AFP e Reuters