O jornal francês Charlie Hebdo publicou uma charge na edição desta quarta-feira (13/01) em que sugere que o menino sírio Aylan Kurdi, morto na travessia entre a Turquia e a Grécia em setembro, teria se tornado um agressor sexual caso tivesse sobrevivido. A charge se refere ao caso de agressão sexual em massa ocorrido na festa de Ano Novo no centro de Colônia, na Alemanha. Segundo as investigações, os agressores eram predominantemente de origem estrangeira.
Na charge intitulada “Migrantes”, o autor, Laurent “Riss” Sourisseau, pergunta: “O que teria sido do pequeno Aylan se ele tivesse crescido?”. Em seguida, o desenho representa mulheres sendo agredidas por homens com feições animais de macaco ou porco, e Riss responde: “Apalpador de bundas na Alemanha”.
Reprodução/Twitter
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Com a charge “Migrantes”, o Charlie Hebdo causou uma nova controvérsia e foi alvo de críticas nas redes sociais e na imprensa, incluindo acusações de racismo. Em setembro, o jornal satírico publicou uma charge com Aylan em que ironizou “a prova de que a Europa é cristã”: “os cristãos caminham sobre a água, as crianças muçulmanas afundam”.
A foto do corpo de Aylan, que tinha apenas 3 anos, em uma praia turca obteve repercussão internacional e se tornou símbolo da crise humanitária na Europa. O irmão e a mãe de Aylan também morreram quando o barco com destino à ilha de Kos naufragou.
Em janeiro de 2015, a sede do Charlie Hebdo, em Paris, foi alvo de um ataque terrorista que matou 11 funcionários do jornal. Na semana passada, um ano após o ataque, a França prestou uma série de homenagens às vítimas.