Efe
Embora fale em crise financeira para justificar uma série de cortes em serviços de bem-estar social, a União Europeia possui aparentemente liquidez suficiente para conceder empréstimos milionários a países de fora da Zona do Euro.
É ao menos isso o que indicou a abertura de uma linha de crédito europeu de mais de 100 milhões de dólares para o aprimoramento da infraestrutura do pequeno país asiático, estagnado economicamente após décadas de sanções dos Estados Unidos e da própria União Europeia.
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Neste sábado (03/11), Thein Sein, presidente de Mianmar, e José Manuel Barroso, chefe do executivo do bloco europeu se encontraram na nova capital do país, Nay Pyi Taw, para firmar os detalhes do acordo. Antes dele, uma série de outras autoridades da diplomacia ocidental também visitaram Mianmar para cumprimentar o regime militar birmanês por suas reformas democráticas.
A abertura dessa linha de crédito coincide com um plano de liberalização da economia local, que busca atrair companhias transnacionais. O governo de Mianmar aproveitou a visita de Barroso para inclusive anunciar os detalhes de uma nova lei de regulamentação dos investimentos estrangeiros em território birmanês.
Ao longo da última década, os laços comerciais entre União Europeia e Mianmar foram mínimos se comparados às relações econômicas entre a Zona do Euro e outros países asiáticos. Isso porque a maioria dos estados-membros do bloco defenderam na maior parte do tempo a imposição de sanções financeiras contra o regime que julgavam “repressivo”.
Além da nova linha de crédito para modernização de infraestrutura, a fragilizada União Europeia também planeja oferecer privilégios fiscais para as negociações com o país. Em meio à visita, também foi proposta a criação de um “centro de paz” em Mianmar, responsável por auxiliar o país a solucionar os conflitos étnicos e culturais que vive.