O presidente da Bolívia, Evo Morales, pediu nesta segunda-feira (20/9), durante sua intervenção na cúpula da ONU sobre os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), em Nova York, o fim do “roubo dos recursos do sul”, ao mesmo tempo em que advogou pela criação de um banco formado por nações em vias de desenvolvimento.
“Nossa tarefa é acabar com a injusta distribuição de renda, os países desenvolvidos devem cumprir com a ajuda ao desenvolvimento”, alertou Morales, ressaltando que “o sul deve deixar de financiar o norte”.
Leia também:
Líderes mundiais se reúnem em Nova York na Assembleia Geral da ONU
Fórum Social das Américas termina com acordos de integração entre Uruguai, Paraguai e Bolívia
Bolívia comemora 185 anos de independência
“Este milênio deve servir para estancar as veias abertas do sul ao norte”, destacou o líder boliviano, que pediu também pela criação do Banco do Sul, uma instituição já em andamento na América do Sul, que conte com suas próprias reservas internacionais, com o objetivo de estimular o crescimento regional.
Dirigentes de todo o mundo, entre eles a maioria dos latino-americanos, participam na sede da ONU, em Nova York, de reunião para revisar os ambiciosos objetivos propostos há dez anos para a redução da extrema pobreza no mundo até 2015.
O presidente boliviano defendeu que os modelos econômicos atuais são responsáveis pela pobreza e assegurou que seu país conseguiu avançar nos Objetivos do Milênio graças à democratização de sua economia e por ter estatizado o controle dos recursos naturais e serviços básicos. “Não é possível que os serviços básicos sejam um negócio privado”, disse.
Morales propôs quatro medidas para contribuir para a redução da pobreza, entre elas “nacionalizar e recuperar os recursos naturais e empresas de serviços públicos para que os dividendos beneficiem os povos”, explicou.
O dirigente andino também sugeriu o estabelecimento de regras para os investimentos estrangeiros, que asseguram que a maioria dos benefícios retorne para o Estado. “Na Bolívia, dizemos que queremos sócios e não patrões”, afirmou.
Mais de 100 chefes de Estado e de governo iniciaram a cúpula, convocada pelo secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Em 2000, os líderes dos 189 países-membros da organização assinaram os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, uma série de parâmetros de bem-estar social com o intuito de assegurar educação primária para todas as crianças, deter o avanço da Aids, reduzir a pobreza e a mortalidade materna e infantil. Também fixaram outras metas como promover a igualdade das mulheres, proteger o meio ambiente e aumentar a ajuda para o desenvolvimento.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL