Em visita ao Vietnã, o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, afirmou nesta sexta-feira (07/08) que a Guerra do Vietnã (1955-1975) foi resultado “da mais profunda falha de diplomacia e e de visão política”. A declaração ocorreu em meio às celebrações do 20º aniversário do restabelecimento de relações diplomáticas entre os dois países.
EFE
Chefe da diplomacia dos EUA busca estreitar relações com vietnamitas
“Há momentos quando não temos escolha a não ser ir à guerra, mas isso nunca deve ser algo apressado e aceito sem antes explorarmos todas as outras opções disponíveis”, disse Kerry perante uma audiência de líderes da sociedade civil e de negócios em um hotel em Hanói.
O líder norte-americano, que também é veterano da Guerra do Vietnã, ainda lamentou as discussões sobre essa temática que constantemente são focadas na suposta necessidade do conflito. “A nossa jornada compartilhada de um conflito para uma amizade passa pela minha cabeça frequentemente na medida em que eu lido com desafios complexos que enfrentamos hoje”, comentou.
Para o chefe da diplomacia dos EUA, a data que celebra as duas décadas de normalização de relações é “a prova que nós não estamos condenados a meramente repetir os erros que fizemos nos passado, mas que somos capazes de superar esse grande amargo para substituir a suspeita pela confiança, a inimizade pelo respeito”.
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Nas últimas décadas, as duas nações desenvolveram trocas no ramo da educação, bem como estreitaram laços culturais. No ano passado, o governo do presidente dos EUA, Barack Obama, retirou parcialmente o banimento de vendas de armas ao Vietnã, permitindo que os norte-americanos garantissem que a guarda costeira vietnamita pudesse comprar determinados equipamentos.
A visita de Kerry a Hanoi ocorre após uma viagem à Malásia, onde o chefe da diplomacia norte-americana discutiu em um fórum de segurança regional. Na ocasião, ele e diplomatas chineses debateram a respeito das tensões no mar do Sul da China, uma das regiões mais importantes no setor comercial da Ásia.
Além disso, o discurso do chefe da diplomacia norte-americana vem um mês após a visita inédita do líder do Partido Comunista do Vietnã, Nguyen Phu Trong, a Washington. Na visita, o vietnamita aproveitou para dizer que as diferenças entre o seu país e os EUA em termos de direitos humanos não deveria obstruir o aprofundamento das relações bilaterais em outras áreas.
EFE
Kerry com o ministro das Relações Exteriores vietnamita, Pham Binh Minh: capítulo da guerra 'superado'
