Todos os anos, os tradicionais fogos de artifício da noite de Ano Novo em Nápoles, na Itália, ganham divertidos apelidos. “A bola de Maradona” e “O foguete de Bin Laden” são alguns dos mais famosos. Em 2011, as bombas ganharam a alcunha de “Spread”, em referência à grave crise financeira pela qual passa o país europeu.
Nas manchetes de todos os jornais há meses, o spread, que é o diferencial entre os bônus do Tesouro alemão e do italiano e que mede o tamanho da crise na Itália, pareceu um apelido inevitável para os fogos de artifício, de acordo com o jornal italiano Corriere della Sera.
Mergulhado em uma crise financeira sem precedentes, que provocou a queda do ex-premiê Silvio Berlusconi, a Itália agora trabalha para cumprir as exigência da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional), que impôs um rígido pacote de reformas fiscais ao país.
O novo primeiro-ministro italiano, Mario Monti, afirmou essa semana que o país já está conseguindo organizar as contas públicas, e frisou que não haverá mais medidas de austeridade. Porém, ele não negou que algumas medidas extraordinárias possam ser tomadas para a redução da dívida, de 1,9 trilhão de euros.
Segundo Monti, os fundamentos econômicos italianos não justificam um spread tão alto quanto o que os mercados estão precificando atualmente. Para o ministro, os spreads são mais baixos na Espanha do que na Itália porque o outro país possui dois grandes bancos, sobre os quais o governo possui uma influência maior.
O rendimento dos títulos italianos com vencimento em dez anos caiu para 6,98% frente a novembro, quando foi de 7,56%. Apesar da queda, esse rendimento é considerado ainda muito alto, representando um custo de financiamento insustentável para o país.
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