O Ministério das Relações Exteriores do Brasil divulgou comunicado nesta segunda-feira (04/07) expressando a “veemente condenação” do governo brasileiro interino ao ataque com bomba realizado em Bagdá, capital do Iraque, no último domingo (03/04), em que, segundo o Itamaraty, não há registro de vítimas brasileiras.
Um ataque suicida em frente a um centro comercial na região central da capital iraquiana, por volta da 1h de domingo (hora local), deixou pelo menos 200 mortos e outros 200 feridos. Pouco depois, outra explosão, em um mercado popular no nordeste da cidade, deixou pelo menos 5 mortos e 16 feridos. Ainda não se sabe se esta explosão foi intencional ou acidental.
Agência Efe
Ataque suicida do EI deste domingo é o mais letal do ano até agora na capital iraquiana, Bagdá
O Estado Islâmico assumiu a autoria do ataque ao centro comercial em comunicado assinado e divulgado nas redes sociais. O grupo extremista que os muçulmanos xiitas, que são maioria entre a população daquela região da cidade e que aproveitavam o verão e a noite para quebrar o jejum após o pôr-do-sol no mês do Ramadã, eram o alvo.
Através do comunicado do Itamaraty, o governo interino brasileiro manifesta solidariedade aos familiares de vítimas e sobreviventes e diz ter “confiança em que o povo e o governo do Iraque saberão preservar o rico mosaico cultural, étnico e religioso de sua sociedade em face dos sérios desafios de segurança que o país enfrenta”.
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“Nesse esforço, o governo iraquiano pode contar com o apoio do Brasil, tanto no plano bilateral quanto nos foros multilaterais”, diz a nota, que afirma também que a Embaixada brasileira em Bagdá “acompanha atentamente as repercussões do atentado, não havendo registro de vítimas brasileiras”.
O ataque no centro comercial o mais letal realizado em Bagdá este ano e se deu após uma série de vitórias do exército iraquiano, apoiado pela coalizão ocidental liderada pelos EUA, contra o EI, que ainda controla partes do território e a segunda maior cidade do país, Mosul.
Jan Kubis, enviado da ONU no Iraque, afirmou que o ataque é uma tentativa do grupo extremista de se vingar das derrotas no campo de batalha. “Este é um ato covarde e odioso sem paralelos para atingir civis pacíficos nos últimos dias do mês sagrado do Ramadã”, declarou Kubis em comunicado divulgado nesta segunda-feira (04/07).
O Iraque trava uma luta contra o EI desde junho de 2014, quando o grupo extremista assumiu amplas regiões do norte e do centro do país e proclamou um califado. Somente em maio, uma série de ataques com bombas, reivindicados pelo grupo, deixaram pelo menos 150 pessoas mortas em Bagdá.