Um adolescente palestino de 13 anos morreu nesta segunda-feira (05/10) durante uma ofensiva das forças de segurança israelenses, nas proximidades do campo de refugiados de Aida, em Belém, na Cisjordânia. De acordo com a polícia palestina, Abdel Rahman Abdallah foi atingido por um tiro no peito e foi levado ao hospital, mas não resistiu ao ferimento. O presidente da ANP (Autoridade Nacional Palestina), Mahmoud Abbas, criticou a ação do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acusando-o de promover uma “escalada” das tensões na região.
É a segunda morte de um jovem palestino em dois dias em confrontos. Huzeifa Othman Suleiman, de 18 anos, morreu neste domingo em circunstâncias similares, em Tulkarem, também na Cisjordânia. Segundo o Crescente Vermelho palestino, 395 pessoas ficaram feridas em confrontos com a polícia neste domingo (04/10).
EFE
Corpo do jovem Huzeifa Othman Suleiman, segundo a ser morto pelas forças de segurança israelenses, é velado na Cisjordânia
As forças de segurança de Israel declararam que não usaram armamento letal e que investigarão a morte de Abdel.
Devido à tensão dos últimos dias e à morte do jovem, trabalhadores palestinos convocaram uma greve geral para esta terça-feira (06/10).
Bombardeios
Jatos israelenses bombardearam, na manhã desta segunda-feira, alvos do Hamas, grupo que controla a Faixa de Gaza. A ação ocorreu após Gaza ter lançado ontem dois mísseis no território israelense. De acordo com o porta-voz do Hamas, “a decisão que Netanyahu [primeiro-ministro israelense] tomou contra os palestinos em Jerusalém e na Cisjordânia apenas reforçará nossa determinação contra a ocupação”. Netanyahu afirmou que as medidas de bloquear o acesso de palestinos à Cidade Velha de Jerusalém e de bombardear Gaza visam conter atos de terrorismo de palestinos muçulmanos.
Confrontos recentes
Israel e Palestina vivem uma nova onda de confrontos violentos. Ontem, o governo de Benjamin Netanyahu anunciou que a entrada de palestinos na Cidade Velha seria barrada por pelo menos 48 horas. O local é um dos territórios anexados e ocupados por Israel após a guerra de 1967. Moradores e comerciantes do bairro relataram dificuldades as barreiras para a cidade. Desde este domingo, alguns lojistas palestinos paralisaram as atividades na Cidade Velha e em Jerusalém Oriental, assim como parte das escolas do local.
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Nas últimas semanas, a região da Esplanada das Mesquitas, também situada no centro histórico de Jerusalém, tem sido alvo de distúrbios violentos entre palestinos muçulmanos e judeus ultraortodoxos. A polícia israelense interveio em diversas ocasiões e chegou a ocupar o templo religioso.
EFE
Israel bloqueou neste domingo (04/10) o acesso à Cidade Velha, em Jerusalém Oriental; local é considerado sagrado para judeus e muçulmanos
Embora seja exclusivamente destinado aos islâmicos, o local também é considerado sagrado para o judaísmo, pois está situado no antigo Monte do Templo, destruído em 70 d.C. Muitos ultraortodoxos buscam rezar no mesmo espaço, gerando cada vez mais conflito com a comunidade muçulmana.
Esses incidentes fazem parte de uma onda de conflito crescente entre palestinos e israelenses. Na madrugada de sexta-feira (02/10), as forças de Tel Aviv reforçaram tropas na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, após o assassinato de um casal de colonos israelenses perto de Nablus, na Cisjordânia. A ação ocorreu após colonos terem incendiado uma série de propriedades palestinas, matando, inclusive, membros de uma família palestina.