A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, manifestou apoio nesta terça-feira (02/02) ao projeto do presidente boliviano, Evo Morales, de impulsionar a Bolívia a se tornar um centro produtor de energia no continente. Os dois mandatários se reuniram em Brasília hoje uma reunião bilateral.

Agência Brasil

Parceria no setor energético foi um dos assuntos centrais no encontro entre Evo Morales e Dilma Rousseff

“Destaco a importância da integração energética, o Brasil estimula o presidente Evo Morales a transformar a Bolívia num centro energético. A Bolívia contribui para a estabilidade energética do Brasil, com 30% da oferta de gás”, declarou Dilma à imprensa. Foi a primeira visita oficial de Evo Morales desde que Dilma assumiu a presidência, em janeiro de 2011.

Dilma ressaltou ainda o “forte processo de integração” entre os dois países, inclusive no compartilhamento de “vínculos humanos, com brasileiros radicados ou estudando na Bolívia, e bolivianos estudando ou trabalhando no Brasil”.

“Esse encontro é histórico porque o presidente Morales e a presidente Dilma não apenas selam a venda de gás, como tem sido feito há anos, como agora entram outros produtos como GLP, GNL [gases], fertilizantes e uma decisão de ambos os países de construir a integração energética e a exportação de energia da Bolívia para o Brasil”, afirmou a uma rádio boliviana Luis Alberto Sánchez, ministro de Hidrocarbonetos e Energia da Bolívia.

Segundo Dilma, o governo brasileiro apoia o estudo e avaliação financeira da construção do Corredor Ferroviário Bioceânico, ferrovia que ligaria os portos de Santos aos de Ilo e Matarani, ambos no Peru, passando pela Bolívia.

O projeto da ferrovia é impulsionado pessoalmente por Morales há anos, mas agora tem um obstáculo, já que o Brasil acordou com o Peru e a China, que financiaria as obras, a construção de um trem transoceânico que levaria aos mesmos portos peruanos, mas sem passar pela Bolívia.

“Temos a necessidade de adquirir tecnologia brasileira pra melhorar a produção da agropecuária. Os ministros irão trabalhar em temas da transferência tecnológica para a Bolívia”, disse Morales, acrescentando que os dois países sempre serão “aliados”.

(*) Com agências de notícias