O Conselho de Segurança da ONU “condenou fortemente” nesta quarta-feira (06/01) a realização do teste nuclear da Coreia do Norte, que ocorreu às 10h no horário norte-coreano (23h30 de terça-feira no horário de Brasília). O Conselho se reuniu em caráter de emergência para tratar do assunto e classificou o teste como “uma clara ameaça à paz e à segurança internacional”.
EFE
Presidente do Conselho declarou, na sede das Nações Unidas, em Nova York, que serão feitas novas sanções à Coreia do Norte
Elbio Rosselli, embaixador do Uruguai na ONU e atual presidente do Conselho, disse que as Nações Unidas haviam previamente anunciado “a determinação de tomar medidas significativas” caso a Coreia do Norte realizasse um novo teste nuclear. “Seguindo esse compromisso e a gravidade dessa violação, os membros do Conselho de Segurança começarão imediatamente a trabalhar em tais medidas por meio de uma nova resolução do Conselho”, declarou Rosselli.
Não foram especificadas quais medidas o Conselho pretende adotar em represália à Coreia do Norte. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que o teste nuclear norte-coreano é “profundo desestabilizador da segurança regional” e viola diversas resoluções já aprovadas pelo Conselho de Segurança da ONU.
Diplomatas da ONU confirmara à agência de notícias AFP que estão sendo feitas negociações para a ampliação de sanções que foram impostas à Coreia do Norte à época do primeiro teste nuclear realizado pelo país, em 2006.
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O Conselho de Segurança é formado por 15 países, cinco permanentes (China, EUA, França, Reino Unido e Rússia), que têm direito a veto, e 10 temporários, com mandatos que duram dois anos.
Comunidade internacional questiona teste
Por meio do porta-voz John Earnest, a Casa Branca declarou que uma análise inicial do governo norte-americano é inconsistente com a realização de um teste com uma bomba de hidrogênio. A suspeita é que a Coreia do Norte tenha explodido uma bomba menos potente, tendo em vista a intensidade da atividade sísmica provocada pela detonação. Os Estados Unidos é um dos países e organizações que questionam a veracidade do teste nuclear anunciado pelo país de Kim Jong-un.
EFE
Segundo Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, teste nuclear viola resoluções do Conselho de Segurança
Lassina Zerbo, secretário-executivo da Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares (CTBTO, na sigla em inglês), disse ao jornal inglês The Guardian que os técnicos da CTBTO só terão uma confirmação de que de fato ocorreu um teste nuclear quando partículas liberadas na explosão, dispersas pelo vento, forem recolhidas em estações de monitoramento situadas em países vizinhos à Coreia do Norte.
“Temos algumas estações no Japão, na Rússia e nas redondezas. Essas estações podem ser capazes de registrar algo nas próximas 48 ou 72 horas”, afirmou Zerbo. Ele afirmou que as primeiras análises da atividade sísmica apontam a explosão nuclear semelhante à de 2013, até então a último a ser conduzida por Pyongyang. Estima-se que a bomba de 2013 tinha um poder destrutivo de seis a nove kilotons, menor do que a bomba de Hiroshima. O poder destrutivo de bombas de hidrogênio é mais de mil vezes maior.
O Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares foi adotado oficialmente pela ONU em 1996 e foi assinado por 183 países, embora não conte com a participação de oito países-chave para a questão nuclear no mundo: Coreia do Norte, Estados Unidos, Israel, Irã, China, Índia, Paquistão e Egito.