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Milhares de venezuelanos comemoraram carnaval na Venezuela
Em dias de trégua nas manifestações, cerca de dois milhões de venezuelanos foram às ruas neste domingo (15/02) para celebrar o carnaval. Havia preocupação que a escalada da violência na última semana entre chavistas e opositores pudesse atrapalhar a festa.
Segundo informações oficiais, mesmo com a instabilidade política no país, houve um crescimento cerca de 40% no carnaval deste ano em comparação com 2014.
“E lá se foram manifestações no país nos primeiros dias de carnaval. As previsões (da participação do público) superou expectativas” afirmou o ministro do turismo da Venezuela, Andrés Izarra.
Com o temor de conflitos durante a festa, o governo venezuelano escalou mais de 150 mil oficiais para garantir a segurança do evento. Nenhum incidente foi registrado até agora.
Maduro quer atenção com embaixada dos EUA
Em meio a escalada da violência e acusações de tentativa de golpe, Nicolás Maduro, pediu ontem (14) que as Forças Armadas de seu país fiquem alertas com a embaixada dos Estados Unidos em Caracas, que foi acusada pelo chefe de Estado de tentar coagir os oficiais do Exército para que participassem de um golpe de Estado para derrubá-lo.
“Irmãos e irmãs da Força Armada Nacional Bolivariana (Fanb), máxima coesão, máxima disciplina, máxima união e olho vivo com os agentes da embaixada americana que estão procurando oficiais. Eles desgraçaram a carreira de uma minoria de oficiais que traiu seu compromisso com a Constituição e a pátria”, disse o presidente venezuelano em rede obrigatória de rádio e televisão.
Um ano após onda de protestos, Venezuela tem oposição dividida e governo em crise
Os protestos convocados pela oposição venezuelana no início de 2014 tiveram um saldo de 43 mortos, 878 pessoas feridas e 3.351 detidos. Um ano após o ato convocado em 12 de fevereiro, que, por ter deixado três mortos, deu início à onda de manifestações violentas — as chamadas guarimbas —, a oposição encontra-se dividida e o governo enfrenta uma crise de popularidade, agravada pela situação econômica que afeta a nação bolivariana.
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Agência Efe
Oposição realizou protesto na última sexta (06/02) contra as filas para comprar alimentos, uma realidade que dura mais de um ano no país
Atualmente, 41 pessoas continuam detidas por conta dos protestos, sendo 27 civis e 14 agentes de segurança — tanto policiais, quanto membros da FANB (Força Armada Nacional Bolivariana) —, como informou a promotora-geral da Venezuela, Luisa Ortega Díaz, durante uma coletiva de imprensa concedida no início da semana. Entre os mortos em protestos ao longo do ano, 33 eram civis e 10 policiais.
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Tais manifestações expuseram o racha na oposição reunida em torno da MUD (Mesa da Unidade Democrática), que hoje tenta se reagrupar para ter condições de fazer frente ao governista PSUV (Partido Socialista Unido da Venezuela), que venceu as nove eleições que disputou desde que o ex-presidente Hugo Chávez chegou ao poder em 1999.
O governo, por sua vez, encontra-se em meio a uma crise de ordem político-econômica que se reflete na popularidade do presidente Nicolás Maduro, hoje em torno de 22%, de acordo com pesquisa do instituto Datanalisis, publicada em janeiro deste ano. A metodologia da pesquisa, entretanto, publiciza apenas a porcentagem de venezuelanos que apoiam o governo — deixando de lado tanto tanto os que o consideram “regular”, quanto os que o julgam como “ruim/péssimo”.
Agência Efe
Para tentar conter violência, Maduro ordenou a ida das forças de segurança para locais conflituosos
Fato é que a avaliação do mandatário vem caindo desde março de 2014, quando o mesmo instituto indicava que sua popularidade estava em 37%, índice também inferior aos 51% que aprovavam o governo em dezembro de 2013. Além da reprovação pelo uso de força por parte da polícia venezuelana para conter os protestos, o agravamento da situação econômica também contribuiu para este cenário.