A polícia argentina segue investigando as circunstâncias que levaram à morte do governador do estado de Rio Negro, Carlos Soria, no último domingo (01/12) pela noite. O resultado do exame de balística divulgado nesta terça-feira (03) excluiu a hipótese de o próprio governador ter manuseado o revolver. A esposa de Soria, Susana Freydoz, segue como uma das principais suspeitas de ter efetuado o disparo que acertou a o rosto do político.
Ainda segundo o exame divulgado nesta terça-feira, o disparo foi efetuado a uma distancia de 50 centímetros a 3 metros do corpo do governador. Neste momento, a polícia aguarda para realizar um exame semelhante em Susana para determinar se ela efetuou ou não o disparo.
Efe
As brigas entre Susana e Soria, segundo testemunhas, eram frequentes
Ainda nesta terça-feira, o psiquiatra Luis Di Giácomo, médico de confiança da família de Soria, afirmou ao jornal Clarín que o que aconteceu “foi um momento de fatalidade que terminou com este drama”.
Di Giácomo, no entanto, preferiu afastar a hipótese da própria esposa de Soria ter assassinado o governador. “[Agora] não há espaço para questões conspirativas e nem de ordem premeditada”, completou.
O psiquiatra enviou ainda uma carta para o juiz responsável pelo caso onde afirmou que, neste momento, Susana não está em condições emocionais para prestar esclarecimentos sobre o caso.
“[Ela] está em uma situação de cuidado e controle 24 horas por dia”, apontou o médico. Dessa forma, a polícia espera por uma melhora no quadro de saúde de Susana para tomar seu depoimento sobre o caso.
Discussões constantes
Os depoimentos de testemunhas da vida do casal, no entanto, ressaltam as constantes brigas entre Soria e Susana. Em entrevista à emissora de rádio 10, o presidente do Tribunal Superior de Rio Negro, Victor Sodero Nievas, declarou que as discussões já aconteciam há certo tempo.
“Havia conflitos entre o casal porque os dois tinham personalidades fortes. As discussões vêm desde a campanha [eleitoral, que levou Soria ao poder no último ano]. Todos os testemunhos são concordam em reconhecer que houve intensas discussões e o enfrentamento final culminou com este homicídio”, revelou.
O trabalho da perícia ainda não terminou. Apesar disso, Nievas afirmou que a investigação já está “70% concluída”. Susana era a única pessoa no local de crime, o sítio de Soria próximo à cidade de General Roca. Quando os seguranças do governador chegaram ao local, após o disparo, foram surpreendidos por Susana que teria dito que “não queria matá-lo”, também de acordo com Nievas.
O testemunho de Susana poderá concluir às investigações, mas ainda não há previsões de quando ele deverá colhido.
Wikicommons
Carlos Soria havia assumido o cargo há menos de um mês
O caso
Carlos Soria, de 62 anos, foi morto por volta das 4h45. Ele levou um tiro no rosto, foi levado a um hospital da região, mas não resistiu. Soria pertencia ao Partido Justicialista – o mesmo da presidente Cristina Kirchner – e assumiu o cargo de governador de Rio Negro no último dia 10 de dezembro. O vice-governador, Alberto Weretilneck, deverá assumir o cargo.
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