O ex-conselheiro para Segurança Nacional do presidente Donald Trump, Michael Flynn, se declarou culpado de ter mentido a agentes do FBI sobre sua relação com representantes russos.
O ex-assessor do republicano confirmou em um tribunal nesta sexta-feira (01/12) que dera falso testemunho sobre seus contatos com o embaixador de Moscou em Washington, Sergey Kislyak, ocorridos em dezembro passado, durante o período de transição de governo.
“Minhas ações foram erradas. Minha declaração de culpabilidade e a vontade de cooperar com o procurador especial [Robert Mueller] refletem a decisão que tomei no melhor interesse de minha família e meu país. Aceito a plena responsabilidade por minhas ações”, disse.
Flynn prestou depoimento ao FBI em 24 de janeiro passado, quatro dias depois da posse de Trump, quando negou ter se encontrado com Kislyak. Segundo a emissora “ABC”, ele estaria disposto até a testemunhar contra o magnata.
Wikimedia Commons
Michael Flynn manteve contatos com diplomatas russos em 2016
NULL
NULL
A notícia de que Flynn assumiu ter mentido aos investigadores confirmam sua colaboração com a equipe do procurador especial Robert Mueller, responsável pelo inquérito que apura as supostas interferências da Rússia nas eleições norte-americanas de 2016.
Levado ao governo por Trump, Flynn teve de deixar seu cargo em fevereiro passado, após a revelação de que ocultara contatos telefônicos com a diplomacia russa. As ligações foram interceptadas pelo FBI e captaram conversas com Kislyak sobre as sanções impostas por Barack Obama por conta da suposta ação do Kremlin nas eleições.
No primeiro semestre, a imprensa norte-americana divulgou que o presidente teria pedido ao então chefe do FBI, James Comey, depois demitido, para ele engavetar as investigações contra Flynn. “Ele é um bom rapaz, espero que você possa deixar isso para lá”, teria afirmado o republicano.