Depois de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ter criticado o que chamou de falta de liberdade de expressão em Cuba, o ex-presidente Fidel Castro reagiu por meio da coluna Reflexões do Companheiro Fidel. Nela, o ex-presidente escreveu 28 parágrafos chamando Obama de “crente fanático que confia no sistema capitalista imposto pelos EUA”.
“[Obama é responsável por uma] política militarista, por saques dos recursos naturais e um intercâmbio desigual que prejudica os países pobres do Terceiro Mundo. Ele não é diferente de seus antecessores, quase todos da extrema-direita, com algumas exceções ao longo da século passado”, disse Fidel.
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O ex-presidente cubano não mencionou diretamente as críticas de Obama, mas citou o fato de ele ter sido agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, no ano passado, e sua vitória recente ao conseguir promover a reforma da saúde nos EUA.
Ontem (24) interlocutores do presidente norte-americano informaram que há preocupação do governo pela morte do preso político Orlando Zapata. Ele morreu depois de 85 dias de greve de fome. Também houve referências à repressão de protestos dos parentes de presos políticos.
Análise
Fidel intercala duras críticas a Obama com alguns raros elogios. O cubano cita entre os aspectos positivos do norte-americano o fato de ter vencido um “candidato de extrema direita” nas eleições de 2008 referindo-se ao republicano John McCain. Também elogia a aprovação das mudanças no sistema de saúde dos Estados Unidos.
“Alguns de seus feitos provocaram a sensibilidade da opinião pública mundial, com simpatia, que viu a vitória de um cidadão afro-americano contra o candidato da extrema direita do país”, afirmou Fidel referindo-se às eleições. “Consideramos a reforma da saúde um êxito do governo”, disse o ex-presidente.
Fidel, porém, é incisivo nas críticas à atuação de Obama durante a Conferência do Clima, realizada no ano passado na Dinamarca; ao envio de militares ao Oriente Médio; e à forma que julga autoritária adotada pelo presidente norte-americano e outros líderes de países mais desenvolvidos.
“É uma lista interminável de contradições entre as ideias que a nação cubana tem defendido com grandes sacrifícios durante meio século e a política egoísta deste colossal império [os Estados Unidos]”, disse Fidel mencionando a Revolução Cubana, de 1959, que promoveu profundas mudanças no país e retirou do poder o então presidente Fulgencio Batista.
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