O FMI (Fundo Monetário Internacional) disse neste domingo (3/9) que ainda há “muito a ser feito” na reforma do sistema financeiro internacional e pediu um rápido avanço nesse aspecto para evitar outra crise global.
“Três anos depois do começo da crise financeira global foram feitas muitas coisas para reformar o sistema financeiro global, mas fica muita coisa pendente”, disse o organismo em um estudo intitulado “Dando forma ao novo sistema financeiro”.
O FMI, que realiza nesta semana sua reunião anual com o Banco Mundial, em Washington, destaca em seu estudo que as reformas pendentes são “urgentes e difíceis”.
Além disso, o estudo menciona que as políticas a serem iniciadas precisam levar em conta não só os riscos colocados por bancos individuais, mas pelo restante das instituições financeiras e do sistema em seu conjunto.
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Nesse sentido, indicou que os novos padrões globais de capital estipulados no mês passado na Suíça, pelos integrantes do Comitê de Supervisão Bancária de Basileia, representam “uma melhora substancial na quantidade e qualidade do capital bancário”.
Também destacou que o pacote de medidas batizado como Basiléia III afeta apenas uma parte do sistema financeiro.
O responsável pelo departamento de Assuntos Monetários e Mercados do FMI, José Viñals, insistiu, na sexta-feira (1/9), em uma reunião com um pequeno grupo de jornalistas para falar sobre o estudo divulgado neste domingo (3/9) que é preciso abordar os problemas das instituições que apresentam um risco sistêmico. Se referiu, nesse sentido, aos enormes problemas desencadeados pela quebra do banco de investimento Lehman Brothers e a fatura que os contribuintes americanos tiveram que pagar para resgatar a seguradora AIG.
Lembrou, além disso, que a crise foi “extraordinariamente custosa” do ponto de vista do crescimento, do emprego e da dívida pública. Dada a natureza global da crise, segundo Viñals, é necessário construir um novo sistema financeiro global que seja seguro, algo que só é possível conseguir mediante a cooperação internacional.Apesar dos reguladores e do sistema público terem um importante papel no desenho do novo sistema, é o setor privado que tem que implementá-las e atuar de forma consistente com as regulamentações aprovadas.
Viñals indicou que também é preciso assegurar que os mercados financeiros sejam mais seguros, principalmente os mercados de derivados. Lembrou que o mercado de derivados mundial alcança 600 trilhões de dólares e que tem a capacidade de desencadear um efeito dominó.
Para finalizar, o FMI pediu o início de um sistema que permita a dissolução de instituições financeiras sem que isso ponha em perigo a integridade do sistema.
Para Viñals, isso equivale a dizer que se uma empresa como Lehman Brothers quebre, ela é que deve pagar a conta do enterro e não os contribuintes de todo o mundo.
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