O Foro de São Paulo – organização que reúne partidos políticos e organizações não governamentais de esquerda da América Latina e Caribe – se manifestou a favor de uma saída negociada por meio da Unasul (União de Nações Sul-americanas) para a crise diplomática entre Colômbia e Venezuela. A organização também repudiou a atitude do governo colombiano, que acusa Caracas de abrigar guerrilheiros das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o ELN (Exército Nacional de Libertação) em seu território.
Em comunicado oficial, divulgado ontem (28/7), o grupo considera que o rompimento das relações entre as duas nações sul-americanas “interessa somente às forças mais reacionárias da Colômbia, ligadas a grupos paramilitares, à indústria de guerra e ao imperialismo norte-americano, que insiste em um caminho provocador, agressivo e militarista, no Oriente Médio, Ásia e América Latina”.
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Além disso, acusa o presidente colombiano, Álvaro Uribe, de provocar “uma situação de tensão em nosso continente, ao apresentar na OEA [Organização dos Estados Americanos] acusações infundadas contra o governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez”. O embaixador da Colômbia na OEA, Luis Alfonso Hoyos, apresentou no dia 22 de julho supostas provas sobre a possível presença de guerrilheiros em território venezuelano. No mesmo dia o presidente Chávez rompeu relações com a Colômbia.
O foro se mostrou positivo frente à disposição de Chávez de retomar o diálogo com a Colômbia logo após a posse do presidente eleito do país, Juan Manuel Santos, marcada para 7 de agosto. “O Foro de São Paulo espera encontrar no novo governo colombiano disposição para a solução diplomática e cordial das diferenças, assim como respeito irrestrito à soberania e autodeterminação dos povos, criando condições para um plano de paz elaborado no marco da Unasul e para a definitiva integração da Colômbia”, diz o texto.
O XVI Encontro do Foro de São Paulo, em comemoração aos 20 anos de fundação da organização, será realizado de 17 a 20 de agosto, em Buenos Aires, Argentina.
Leia na íntegra o comunicado do Foro de São Paulo
O Grupo de Trabalho do Foro de São Paulo reafirma aos participantes da reunião que a Unasul realizará no dia 29 de julho, que a defesa da paz e da unidade dos países de nossa região é decisiva para a continuidade do processo de desenvolvimento com democracia, independência e justiça social
1) O Foro de São Paulo se pronuncia por uma saída negociada, no marcos das instituições latino-americanas, especialmente Unasul, para o conflito entre Colômbia e Venezuela.
2) O Foro de São Paulo se pronuncia pela retomada plena das relações entre Colômbia e Venezuela. Assim mesmo, reitera a necessidade de que as relações Equador-Colombia encontrem um caminho para a plena normalização.
3) O Foro de São Paulo considera que o conflito entre Colômbia e Venezuela interessa somente as forças mais reacionárias da Colômbia, ligadas aos grupos paramilitares, a industra de guerra e ao imperialismo estadunidense, que prossegue em um caminho provocador, agressivo e militarista, no Oriente Médio, na Ásia e na América Latina.
4) O Foro de São Paulo repudia a atitude de Álvaro Uribe, que ao final de seu mandato presidencial provoca uma situação de tensão em nosso continente ao apresentar na Organização dos Estados Americanos acusações infundadas contra o governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez Frias.
5) O Foro de São Paulo apóia o empenho do governo da Venezuela no sentido de cumprir rigorosamente todos os acordos internacionais vigentes, avançar nos processos de integração regional que implicam na cooperação plena entre as nações latino-americanas.
6) O Foro de São Paulo considera extremamente positivo que o presidente Hugo Chávez tenha manifestado, após a ruptura das relações diplomáticas, sua disposição de retomar o diálogo a partir da posse do novo chefe de Estado colombiano.
7) O Foro de São Paulo espera encontrar no novo governo da Colômbia disposição para uma solução diplomática e respeitosa das diferenças, assim como respeito irrestrito da soberania e autodeterminação dos povos, criando condições para um plano de paz concentrado no marco da Unasul e para a definitiva incorporação da Colômbia na integração sul-americana.
8) O Foro de São Paulo reafirma que a defesa da paz e da unidade dos países de nsosa região é decisiva para a continuidade do processo de desenvolvimento com democracia, independência e justiça social.
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