O presidente francês Emmanuel Macron se manteve em silêncio nos últimos dias, apesar dos violentos protestos que tomaram conta do país. A população espera um anúncio de medidas do chefe de Estado, que vai se pronunciar sobre o tema na noite desta segunda-feira (10/12).
Segundo a presidência francesa, Macron farpa um discurso à nação às 20h pelo horário local (17h em Brasília). Ele anunciará “medidas” para “reunir toda a nação francesa”, adiantou no sábado (08/12) o primeiro-ministro francês, Edouard Philippe.
Para o chefe do governo, que receberá sindicatos de trabalhadores e de organizações patronais nesta segunda), “chegou a hora do diálogo”. O pronunciamento de Macron é feito dois dias após um protesto marcado por violência e danos materiais em várias cidades do país.
A dificuldade encontrada pelo governo diante dos chamados “coletes amarelos” é principalmente a diversidade de reivindicações e o fato de que o grupo não é organizado por um sindicato ou um partido político, o que torna mais complexa a negociação.
O movimento, que adotou esse nome em razão dos coletes de sinalização de trânsito usados pelos manifestantes, começou em meados de novembro em protesto contra a alta do preço dos combustíveis. Mas logo a mobilização ganhou força e se transformou em uma crítica generalizada à queda do poder aquisitivo e contra as medidas econômicas impopulares do presidente francês.
Macron já fez algumas concessões. O chefe de Estado cancelou a alta dos tributos sobre combustíveis – que fazia parte de um plano para combater as mudanças climáticas – e congelou os preços do gás e da eletricidade durante os próximos meses. No entanto, os “coletes amarelos” não consideram as medidas suficientes.
“Está claro que subestimamos a necessidade de nossos cidadãos de tomar a palavra, de expressar suas dificuldades e de participar na construção de soluções”, admitiu neste domingo o porta-voz do governo, Benjamin Griveaux.
Jeso Carneiro
Macron deve fazer um pronunciamento na noite desta segunda-feira (tarde em Brasília)