Em breve comunicado, a França negou nesta sexta-feira (03/07) o pedido de asilo feito por Julian Assange, fundador do WikiLeaks, em carta dirigida ao presidente do país, François Hollande, informou o Palácio do Eliseu.
EFE
Foto de arquivo mostra Assange em 2012, quando conseguiu asilo na embaixada do Equador em Londres
“Um exame em profundidade revela que, levando em conta os elementos jurídicos e a situação material de Assange, a França não pode satisfazer sua reivindicação”, afirmou a sede da presidência. “A situação de sr. Assange não apresenta um perigo imediato e pesa sobre ele um mandato europeu de detenção”, argumentou.
Na carta, publicada pelo Le Monde, o fundador do WikiLeaks diz que o período de mais de três anos em que passa na embaixada do Equador em Londres ameaça a sua saúde física e mental. O australiano, de 44 anos, se apresenta na carta como um “jornalista perseguido e ameaçado de morte pelos Estados Unidos” por suas atividades profissionais.
“Disponho de 5,5 metros quadrados para meu uso privado. As autoridades britânicas me proibiram o acesso à luz solar e ao ar livre, assim como qualquer possibilidade de ir ao hospital”, afirma Assange.
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“A França faria um gesto humanitário, mas também simbólico, enviando ânimo a todos os jornalistas que arriscam sua vida para permitir aos cidadãos ter acesso à verdade”, dissera na carta a Hollande. Um dos políticos mais contrários a conceder asilo a Assange é o primeiro-ministro francês, Manuel Valls.
Desde junho de 2012, o australiano está refugiado na embaixada do Equador de Londres para evitar a extradição à Suécia. Há tempos, ele faz apelo contra uma ordem de prisão pelas acusações de estupro e agressão sexual.
Em 2010, procuradores de Estocolmo emitiram uma ordem de detenção, após denúncia de duas suecas. Ele nega as acusações e alega que as relações foram consensuais.
Além disso, Assange também teme ser ainda extraditado para os Estados Unidos, onde seria julgado por vazar 500 mil documentos militares secretos norte-americanos por meio de seu site.