O presidente da França, François Hollande, reiterou nesta sexta-feira (27/05) que não irá recuar sobre a reforma trabalhista diante dos crescentes protestos no país contra a flexibilização dos direitos dos trabalhadores.
“Vou manter [as mudanças] porque acredito que esta é uma boa reforma”, declarou Hollande em intervalo da reunião do G7, que se encerra hoje no Japão.
Nos últimos dias, sindicatos franceses intensificaram as paralisações e manifestações, iniciadas em março, contra a reforma. Trabalhadores bloquearam o acesso a refinarias de petróleo e depósitos de combustíveis, causando escassez do recurso em todo o país.
Agência Efe
Trabalhadores do setor portuário em manifestação em Marselha nesta quinta-feira
As barricadas foram desmontadas e autoridades afirmam que somente uma refinaria continua bloqueada, mas os efeitos do distúrbio na distribuição de combustíveis devem durar ainda alguns dias.
Nesta quinta-feira (26/05), os franceses realizaram marchas em várias cidades do país em uma jornada de mobilização contra a reforma. Os sindicatos estimam que 300 mil pessoas tenham participado das manifestações, enquanto as autoridades francesas estimam a participação de 153 mil pessoas.
Agência Efe
Manifestante conversa com policial durante protesto em Paris nesta quinta-feira
NULL
NULL
Em Paris, os sindicatos estimaram 100 mil pessoas na manifestação entre as praças da Bastilha e da Nação, enquanto a polícia contou cerca de 20 mil. Segundo o Ministério do Interior francês, 77 pessoas foram detidas no país, 36 delas na capital, e 15 agentes das forças de segurança ficaram feridos nos confrontos.
No fim do dia, oito sindicatos franceses lançaram um comunicado em que prometem intensificar as ações.
“Estamos dispostos a ir até o fim. O objetivo das manifestações e das greves é a retirada completa do texto porque é uma volta ao século 19”, afirmou um sindicalista da divisão de pesquisa da CGT à Agência Efe nesta quinta-feira.
Agência Efe
Franceses têm realizado marchas contra a reforma trabalhista desde o fim de março
Também na quinta-feira, o primeiro-ministro francês, Manuel Valls, defendeu que “não será modificada a filosofia geral do texto”, e principalmente o artigo 2, que estabelece a primazia da negociação dentro da empresa, em detrimento dos convênios coletivos.