O fundo de compensação de 20 bilhões de dóalres disposto pela BP (British Petroleum) para os afetados pelo vazamento no Golfo do México entrou em funcionamento nesta segunda-feira (23/8), por meio de uma entidade independente que administrará os processos vinculados ao desastre.
A companhia petrolífera deixou de admitir denúncias pelo derrame na quarta-feira (18/8) para passá-las ao recém criado Centro de Reivindicações do Golfo do México (GCCF, na sigla em inglês), que abriu suas portas nesta manhã
O GCCF administrará os 20 bilhões de dólares por uma conta administrada por terceiros e supervisionada pelo advogado Kenneth Feinberg, que também cuidou do processo de amortização dos prejudicados pelos atentados do dia 11 de setembro de 2001.
Em comunicado, Feinberg tentou acalmar os que acham que o novo sistema lhes pagará menos do que deveria assegurando que o objetivo do fundo é “ajudar a reconstruir vidas”.
Leia mais:
A impunidade das petroleiras
BP libera US$ 3 bi para indenizações a vítimas de vazamento
Relembre o vazamento no Golfo do México, pior desastre ecológico dos EUA
“Quero me assegurar de que as pessoas no Golfo entendam que não deixaremos que percam seus negócios ou suas casas. A prioridade número um do GCCF é ajudar o povo do Golfo”, afirmou.
O administrador do fundo precisou que serão compensados tanto os salários e lucros perdidos pela interrupção dos negócios como as lesões de particulares, alguns deles através de “cheques de emergência” pagos em um prazo de seis meses.
Um dos objetivos de Feinberg é evitar que os afetados pelo vazamento procurem os tribunais para saldar suas dívidas, como disse na quinta-feira (19/8) no Comitê para as Pequenas Empresas do Congresso.
“Por que um litigante deveria passar cinco anos em um tribunal e pagar um advogado ao invés de recorrer ao fundo?”, ressaltou então Feinberg, que defende que o pagamento será relativamente rápido e fácil.
O fundo, que nasceu de um acordo entre a BP e o presidente dos EUA, Barack Obama, pagará 5 milhões de dólares ao ano ao longo de quatro anos e conta, por enquanto, com um depósito inicial de 3 mil dólares que a companhia petrolífera dispôs há duas semanas.
Contenção de vazamento
O processo de compensação se desenvolve de forma paralela às tarefas para amenizar o vazamento nas profundezas do Golfo do México, uma operação paralisada há duas semanas devido as preocupações com a pressão no interior do poço estragado.
As equipes da BP continuam imersas em uma operação para extrair os encanamentos que obstruem a boca do manancial, um passo necessário antes de substituir o sistema de prevenção de derrames estragado (BOP, na sigla em inglês), que desencadeou o vazamento.
O almirante aposentado Thad Allen, que coordena a resposta do governo de EUA ao vazamento, disse nesta segunda-feira (23/8) que as equipes esperam dar o sinal verde à retirada do BOP nesta quinta-feira, embora tudo dependa do sucesso da operação atual.
“Nos encontramos em uma fase de diagnóstico. Nosso objetivo era terminar hoje com a extração dos encanamentos, mas o processo é mais complexo do que esperávamos”, reconheceu.
Allen explicou que as equipes encontraram três fragmentos de encanamento, dois deles “muito curtos” e outro mais longo, que se encontram atravessados entre o sistema de prevenção estragado e a entrada do poço.
A BP deve decidir antes de amanhã “a melhor maneira de retirá-los” sem afetar a posterior substituição do BOP, que passará à disposição do Departamento de Justiça para a investigação das causas do acidente.
O previsível atraso desta fase adiaria o começo da operação definitiva para fechar e abandonar o poço, que consiste em enclausurar a base e está prevista para o dia 6 de setembro.
Siga o Opera Mundi no Twitter
NULL
NULL
NULL