O primeiro-ministro do Reino Unido, Gordon Brown, recusou-se a discutir a soberania das Ilhas Malvinas – ou Falklands, como os britânicos as chamam – depois que a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, fez menção ao assunto durante uma reunião bilateral mantida pelos dois chefes de Estado ontem (28), durante a Cúpula de Líderes Progressistas, no Chile.
Brown argumentou afirmando que os malvinos têm direito à autodeterminação. “O princípio essencial sempre foi que os moradores das ilhas devem determinar a própria soberania. Os desejos deles são nossas prioridades. Eles são uma comunidade orgulhosa e forte, e têm meu total apoio e respeito”.
Cristina rebateu dizendo que é inaceitável que “no século XXI exista um enclave colonial” ao sul do país. “Isso não é consistente com a marcha do mundo”. A presidente lembrou que existem resoluções da ONU (Organizações das Nações Unidas) prevendo conversas entre os dois países a respeito da soberania das Malvinas.
O único ponto que ambos têm negociado é a abertura de vôos entre as Malvinas e a Argentina, para que parentes dos soldados argentinos mortos na guerra possam visitar seus túmulos.
Guerra
Em 2 de abril de 1982, a Argentina invadiu as Malvinas, colônia britânica desde 1833. A resposta do Reino Unido foi imediata e uma frota naval de mais de 100 navios e 28 mil homens foi enviada às ilhas. Os argentinos contavam com 12 mil soldados e 40 embarcações. Nos combates, morreram 655 soldados argentinos, 255 britânicos e três malvinos (a população da ilha era de 1.800 habitantes na época).
A guerra terminou em 14 de junho de 1982, quando os britânicos conseguiram retomar a capital, Stanley.
Os países restabeleceram relações diplomáticas em 1990, mas a Argentina mantém a exigência da soberania das ilhas.
Mapa mostra a localização geográfica das ilhas Malvinas (Google Earth):
O trailer abaixo é do filme “Iluminados pelo fogo” (2005), premiada produção que mostra a guerra das Malvinas sob a perspectiva argentina:
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