O governo da Venezuela desapropriou o hotel Hilton Margarita & Suites, na ilha Margarita, no litoral do país, local que foi sede da cúpula América do Sul-África, ocorrida em setembro, informa um decreto publicado hoje (13) no diário oficial venezuelano.
Todo o complexo hoteleiro e seus bens “passarão livre de encargos” ao patrimônio do Estado venezuelano, diz o decreto assinado pelo presidente Hugo Chávez.
Segundo o texto, a medida foi decidida em um Conselho de Ministros realizado em 6 de outubro.
O hotel conta com 280 quartos simples e 210 suítes, um cassino, lojas, restaurantes e salões que, “junto à residência para o gerente” e diversas outras áreas, diz o decreto, passam ao Ministério do Turismo venezuelano.
O decreto identifica a empresa Inversiones Puebla Mar y Desarrollo como proprietária da área desapropriada.
Durante a cúpula de setembro, Chávez disse, sem dar detalhes, que a companhia está envolvida em litígios com a Superintendência de Bancos venezuelana.
A medida se baseia na Lei de Desapropriação por Causa de Utilidade Pública ou Social, assim como na Lei de Turismo e no compromisso do Governo de Chávez de avançar “com qualidade revolucionária na construção do socialismo”, destaca o decreto.
Pela inclusão
A medida argumenta que o Estado venezuelano deve contar com “alojamentos e locais de recreação para a atividade turística” e executar “sua estratégia de diversificação e desenvolvimento sustentável orientada à inclusão”, para assim combater “a concepção do capitalismo individualista” e avançar rumo a uma realidade “socialista coletiva”.
A porta-voz da cadeia hoteleira Hilton, Karla Visconti, declarou hoje à agência EFE que a companhia “está avaliando de que forma a medida do governo da Venezuela afeta seus interesses no Hilton Margarita & Suites”.
No entanto, Visconti disse que o complexo “continua sendo membro do sistema Hilton de hotéis e dá as boas-vindas a seus clientes com o mesmo nível de serviço de sempre”.
Nacionalizações
Em seus dez anos de gestão, Chávez conduziu uma série de nacionalizações em diferentes setores da economia, numa política que até agora não tinha alcançado o turismo no país.
O governo venezuelano impulsiona o “turismo popular” dentro e fora do país, inclusive com voos a “preços solidários” para destinos no Caribe.
Chávez criticou recentemente o que chamou de “turismo de perfil imperialista, de ricos” e dirigiu suas críticas aos cruzeiros marítimos que passam pela ilha Margarita e que “nem sequer investem no país”.
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