O Departamento de Justiça dos Estados Unidos apresentou nesta quinta-feira (30/08) uma declaração em que diz ver discriminação racial de estudantes asiáticos em processos de admissão da Universidade de Harvard. O texto cita uma ação movida pelos alunos.
De acordo com o documento, a instituição de ensino “não conseguiu demonstrar que não discrimina ilegalmente os americanos asiáticos”. O processo, apresentado por estudantes e organizações de origem asiática sediadas no país, argumenta que a administração da entidade agiu intencionalmente com distinção racial, fato que viola a da Lei de Direitos Civis de 1964.
O Procurador Geral dos EUA, Jeff Sessions, disse que “nenhum norte-americano deve ter a admissão negada por sua raça”. Ainda, a Suprema Corte diz que “permite faculdades e universidades considerem a raça nas decisões de admissão, mas afirma que isso deve ser feito de maneira restrita para promover a diversidade e deve ser limitado no tempo”.
No texto, o órgão também acusa Harvard de adotar avaliações subjetivas no momento de avaliação de candidatos, alegando que há uma “avaliação pessoal” em que se leva em conta se o aluno é uma “boa pessoa” e suas “qualidades humanas”. Em resposta, a universidade admite que, em média, classifica candidatos asiáticos abaixo nesta categoria em comparação a concorrentes de outras origens.
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Alunos acusam entidade de racismo no momento de seleção (Wikicommons/Reprodução)
O texto do Departamento de Justiça também fala em “evidências substanciais” que demonstram que comitês acadêmicos oficiais “monitoram e manipulam a composição racial das classes que entram” e classifica o fato como inconstitucional e “equilíbrio racial”.
Histórico de acusações
O início das acusações no caso de racismo contra Harvard começou em 2014, quando organizações sem fins lucrativos apresentaram denúncias de discriminação ao Tribunal Federal de Boston. Desde então, a “avaliação pessoal” é o tema que mais ganha atenção por parte do Departamento de Justiça.
A categoria, afirmou o órgão desde então, reforça o estereótipo racial e é ilegal, já que prejudica alunos no acesso a programas de ensino do país.