Gripe A já é transmitida dentro do país e já matou 11 brasileiros

O governo federal admitiu hoje (16) que existe transmissão sustentada da gripe A (H1N1) no Brasil, ou seja, que habitantes do país transmitem o vírus uns para os outros, sem depender de contato com estrangeiros. A informação foi divulgada pelo ministro da Saúde, José Gomes Temporão, durante coletiva de imprensa em que também anunciou que o número de mortes subiu para 11 – sete no Rio Grande do Sul, três em São Paulo e uma no Rio de Janeiro. Ao longo do dia, três óbitos foram confirmados.

“Pela primeira vez, através de uma análise epidemiológica, tivemos um caso em que não foi possível encontrar vínculo [com o exterior]”, disse o ministro, referindo-se ao primeiro caso confirmado de morte por contaminação sustentada, no dia 30 de junho, em Osasco (SP): uma menina de 11 anos.

O governo também suspeita que o problema ocorra no sul do país. “Embora o estudo epidemiológico não esteja pronto, há evidências de que o vírus esteja circulando no Rio Grande do Sul”, afirmou Temporão. “Esse era um fenômeno esperado”.

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O balanço mais recente do Ministério da Saúde, divulgado ontem, registra um total de 1.175 casos da doença desde o primeiro caso no Brasil, no dia 8 de maio. “A maioria desses pacientes já recebeu alta ou está em processo de recuperação”, assegura o comunicado. “Mas algumas, infelizmente, evoluem para casos graves da doença, para um processo de inflamação dos alvéolos, são obrigadas a ficar em UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) e, em alguns casos, chega-se ao óbito”, acrescentou o ministro hoje.

Até ontem, dos 1.175 casos confirmados, 649 eram de pessoas que haviam contraído a doença no exterior. Argentina, Estados Unidos e Chile são os países com maior taxa de infecção. Houve 148 novos casos desde sexta-feira, sendo 55 somente em São Paulo. O Ministério ainda investiga 3.926 suspeitas.

Fronteiras

O ministro ainda declarou que as ações de vigilância no combate à gripe A serão reforçadas no Rio Grande do Sul por causa da proximidade com a Argentina, país que registra mais mortes na América do Sul: 137, em 3.056 casos confirmados. “O objetivo é garantir atendimento, reforço das ações naquele Estado, aumentar o grau de vigilância e informação nas fronteiras”.