A comemoração do bicentenário da revolução de La Paz contra o domínio espanhol virou um ato de apoio ao presidente deposto de Honduras, Manuel Zelaya, e pelo fim da influência dos Estados Unidos nos exércitos da América Latina.
O boliviano Evo Morales recebeu hoje (16), na capital do país, os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, do Equador, Rafael Correa, e do Paraguai, Fernando Lugo, além do ministro de Relações Exteriores do Brasil, Celso Amorim, do vice-presidente do Conselho de Ministros de Cuba, Jorge Sierra, e representantes do Chile e da Espanha.
A chanceler do governo deposto de Honduras, Patricia Rodas, também esteve presente. Ela chegou junto a Chávez. Segundo reportagem veiculada hoje pelo site da emissora venezuelana Telesur, a chanceler afirmou que Zelaya está a caminho de Honduras, o que não havia acontecido até o início da noite de hoje. O presidente venezuelano disse o mesmo.
Em discurso precedido por um desfile militar com cadetes e tropas de vários países, Morales pediu o fim da influência do Comando Sul dos EUA entre os militares da região e a rejeição às bases.
“Não é possível que no novo milênio ainda haja grupos militares da América Latina que dependam do Comando Sul dos EUA. Não é possível que as Forças Armadas dos EUA dirijam um golpe de Estado”, disse o líder, reforçando acusações de envolvimento dos Estados Unidos, embora o presidente Barack Obama o tenha condenado.
Morales disse ter conversado com os colegas sobre como terminar “com essa dependência das Forças Armadas da América Latina”. Também destacou que o povo de Honduras “está batalhando contra a ditadura e o golpe de Estado” e manifestou seu convencimento de que Zelaya voltará ao poder.
A ministra Patricia disse, por sua parte, que é preciso evitar que a “doença” do golpe em seu país se reproduza em outras regiões do continente. “Este processo, que é um vírus perigoso para todos os nossos povos, nasceu em Honduras e vai morrer em Honduras. Esta doença não vai atingir nenhum povo da América”.
“Gorileti”
Hugo Chávez também afirmou que Manuel Zelaya voltará ao poder e que Roberto Micheletti, que preside o governo golpista, acabará “na lixeira da história”. “Gorileti não tem outro caminho que não o da lixeira da história. Gorileti vai para o lixo”, disse o presidente venezuelano, usando um trocadilho depreciativo com o sobrenome do líder golpista.
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