O Grupo de Puebla, organização formada por 30 líderes de 12 países da América Latina, lançou nesta quarta-feira (10/02) um manifesto progressista que apresenta um projeto alternativo contra o modelo neoliberal na América Latina.
Com 33 pontos para a construção coletiva de um projeto político, o grupo propõe instituir um modelo de desenvolvimento solidário como ponto de partida para consolidar a democracia, reduzir as desigualdades e contribuir para o crescimento estável das economias latino-americanas.
“A pandemia mostrou as profundas desigualdades em consequência do modelo neoliberal e que se refletiu na distribuição das vacinas. […] O neoliberalismo promove a precariedade do mercado de trabalho, fragiliza o Estado de Bem-Estar Social e a democracia”, diz o grupo.
De acordo com o documento, o “esgotamento” desse modelo econômico e social “gerou um crescimento da extrema direita”, colocando democracias em risco. “Este modelo incompatível com a vida deve ser substituído por outro que reivindique solidariedade, justiça e formas substantivas de democracia. Precisamos de um novo rumo para os povos da América Latina, Caribe e Ibero-América”, afirma o manifesto.
O Grupo de Puebla declara ser necessário “resgatar” a “integração, unidade e o consenso político” da região, já que, segundo o dossiê, “poucas vezes na história a América Latina e o Caribe estiveram tão divididos”.
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Grupo lançou um manifesto com 33 pontos para a elaboração de uma construção coletiva de projeto alternativo latino-americano
“Diante desse nacionalismo conservador e neofascista agressivo, devemos responder com mais império social da lei e reivindicando o direito social ao estado”, apontou o documento assinado pelo grupo.
Ainda no manifesto, o grupo afirmou ser necessário resistir e lutar contra “iniciativas dos Estados Unidos de alterar nossas democracias”. Segundo o documento, as estratégias dessas “guerras híbridas” consistem em “golpes de Estado que, ao contrário do passado, não ocorrem apelando para os militares, mas sim cortando os poderes do Congresso e violando os direitos dos oponentes”.
“Os líderes progressistas têm pleno direito de exercer sua liderança com garantias de vida, liberdade, mobilidade, expressão e raízes geográficas”, disse o documento.
Além de tais rechaços, o documento examina temas como democracia, Estado, construção da cidadania, justiça social, pandemia da covid-19, criação de empregos e a necessidade de defender a Venezuela, Nicarágua e Cuba dos ataques da direita e da oligarquia.
(*) Com Telesur.