Três dias após o grupo sunita extremista Estado Islâmico do Iraque e Levante (EIIL) ter proclamado um califado na região que engloba parte do território sírio, grupos de oposição ao governo de Bashar al Assad ameaçaram nesta quarta-feira (02/07) abandonar as armas caso não recebam apoio logístico e militar para combater os fundamentalistas do EI (Estado Islâmico), novo nome do movimento.
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Agência Efe
Soldados iraquianos em posição para combater avanço dos sunitas do EI
“Nós, os dirigentes das brigadas e batalhões, damos uma semana de prazo à Coalizão Nacional, ao governo provisório e a todos os organismos da revolução síria para enviar reforços e ajuda”, afirma um comunicado reproduzido pela agência AFP.
“Se fizerem caso omisso do nosso pedido, vamos depor as armas e enviar para casa nosso combatentes”, ameaça o texto.
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No início do movimento contra Assad — que recebeu apoio das potências ocidentais — os opositores sírios lutavam nas mesmas fileiras do EIIL, contra o governo de Damasco. Após os desdobramentos, alguns grupos, de caráter mais moderado, acabaram rejeitando os sunitas do EIIL por seus métodos extremistas e sua ambição mais hegemônica, evidenciada na recente declaração de um califado e na convocação de todos os muçulmanos para a luta.
Anistia aos sunitas
O primeiro-ministro iraquiano, Nouri al-Maliki, disse hoje estar disposto a perdoar os combatentes dos clãs sunitas que se rebelaram contra o governo, mas não os terroristas do Estado Islâmico que lideram a ofensiva.
Em sua entrevista coletiva semanal, al-Maliki deu as “boas-vindas a todos os clãs sunitas que pegaram em armas” que mostrarem arrependimento sobre sua ofensiva.Além disso, o primeiro-ministro interino assegurou que o anúncio do califado islâmico na zona por parte do líder do EI, Abu Bakr al-Baghdadi, é uma ameaça para os países da região.
Segundo al-Maliki, o anúncio é “uma mensagem dirigido a esses países, que com isto passaram a estar dentro do círculo vermelho do Estado Islâmico”. Por outro lado, al-Maliki desejou que a vida política no país prossiga e que “a luta que está acontecendo no âmbito da segurança não afete esse processo”, como o que sucedeu no parlamento.
(*) Com informações da Agência Efe