A secretária geral da ONU para assuntos humanitários, Valerie Amos, esteve em Homs, na Síria, nesta quarta-feira (07/03), e disse que partes da cidade foram “totalmente devastadas”. A impressão que teve, relatou, é que a cidade havia sido completamente fechada.
A Síria, inicialmente, havia negado recebê-la, mas depois resolveu aceitar a visita de Valerie. Ela pretende, durante seus três dias de viagem, avaliar a situação local e facilitar a entrada de organizações humanitárias no país.
A enviada da ONU entrou no bairro de Baba Amr, cenário de bombardeios no último mês e foco do conflito entre forças oficiais do regime de Bashar al-Assad e rebeldes. Grupos humanitários acusam o governo de ter postergado a visita de Valerie para que as tropas do líder Bashar al-Assad pudessem esconder provas de supostas execuções de opositores. Na semana passada, as forças de segurança sírias retomaram o controle de Baba Amr, até então reduto da oposição e do Exército Livre Sírio – que anunciou uma “retirada estratégica”.
A chefe de ajuda da ONU passou menos de uma hora em Baba Amr, e posteriormente deve apresentar relatório sobre as necessidades humanitárias do bairro. Antes de retornar a Damasco, Valerie Amos visitou outros bairros da cidade de Homs, como Abel, para onde foram muitas famílias que moravam em Baba Amr.
Ela afirmou que a cidade enfrenta problemas de segurança e que ouviu tiros. As declarações de Valerie foram relatas por sua porta-voz, Amanda Pitt. “Ela disse que as partes que viu estavam completamente devastadas”, disse Pitt, à AFP.
Apesar da garantia do governo de que poderia visitar todo o país, a enviada não pode entrar em áreas de controle da oposição. Na quinta-feira (08/03), Valerie deve se encontrar com o chefe do Crescente Vermelho sírio, Abdulrahman Attar. O ministro das Relações Exteriores do país, Walid Muallim, disse que o governo irá cooperar com as organizações humanitárias, informou uma agência de notícias estatal.
Nesta quarta, integrantes do Crescente Vermelho puderam entrar em Baba Amr, mas afirmaram que o local está vazio. Eles permaneceram cerca de 40 minutos na região. Os moradores locais, afirmou o Comitê Internacional de Cruz Vermelha, já fugiram para outras partes da cidade em que as organizações humanitárias puderam atuar nesta semana, enquanto aguardavam o aval para entrar no bairro.
O enviado internacional para a Síria, Kofi Anan, deve chegar ao país no próximo sábado (10/03). Ele assumiu a posição de um mediador, em nome da ONU e da Liga Árabe.
*Com informações da BBC e agências internacionais
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