A secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, classificou nesta quinta-feira (02/06) como “muito sérias” as acusações feitas pelo Google sobre o ciberataques a e-mails de funcionários norte-americanos. Segundo a empresa, eles teriam sido aparentemente lançados a partir da China.
“O Google nos informou sobre as acusações, o que gera séria preocupação e dúvidas a serem respondidas. Esperamos que o governo chinês explique”, declarou Hillary, em comunicado.
“A habilidade de trabalhar com confiança no ciberespaço é fundamental para a sociedade e a economia moderna”, acrescentou a secretária de Estado.
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O Google anunciou nesta quarta-feira o desmantelamento de um “plano de roubo de senhas de centenas de e-mails do Gmail de altos funcionários dos Estados Unidos” e outros países asiáticos.
Em seu blog corporativo, o Google explicou que detectou e desbaratou o esquema, realizado por meio de phishing (fraude eletrônica que caracteriza-se pelo envio de dados passando-se por uma fonte confiável por e-mail) e aparentemente lançada a partir da cidade chinesa de Jinan.
A companhia californiana acrescentou que, posteriormente, “informou as vítimas, assegurou suas contas e notificou às autoridades governamentais relevantes”.
O ciberataque afetou, além de altos funcionários dos EUA, “ativistas políticos chineses, funcionários de diversos países asiáticos (especialmente da Coreia do Sul), militares e jornalistas”.
Hillary anunciou que fará “um discurso sobre a importância da liberdade na internet no século XXI na próxima semana, quando dará mais informações sobre este tema e os fatos estiverem mais claros”.
O governo chinês rejeitou nesta sexta-feira as acusações do gigante norte-americano. “A acusação é inaceitável”, disse o porta-voz de turno do Ministério de Relações Exteriores, Hong Lei. Segundo ele, há “motivos ocultos” para acusar a China.
“Os ciberataques são um problema internacional do qual a China também é vítima. As acusações dos supostos ataques são totalmente infundadas e têm motivos ocultos”, manifestou Hong em entrevista coletiva.
Já em janeiro de 2010, o Google denunciou publicamente que suas operações na China foram alvo de ciberataques, cujo objetivo era acessar a correspondência de dissidentes chineses, além de roubar da empresa códigos e segredos comerciais.
Esta denúncia criou tensões entre os EUA e a China, e levou também o Google a fechar temporariamente seu serviço de busca no país asiático, para derivar todas as buscas em direção ao portal livre de Hong Kong, que não estava submetido a censuras.
As tensões se suavizaram em meados do ano passado, quando o governo chinês renovou sua licença com a empresa norte-americana e o buscador deixou de derivar automaticamente aos internautas chineses ao portal de Hong Kong.
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