A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, afirmou considerar necessário um diálogo franco entre Estados Unidos e Venezuela. Entretanto, o governo ainda mantém divergências com o que classifica como atitudes centralizadoras da Caracas.
“Cremos que é necessário que haja um diálogo entre os Estados Unidos e Venezuela em uma série de questões”, disse Hillary em uma entrevista concedida ontem (7) em Washington à emissora venezuelana Globovisión. “Queremos ser capazes de discutir o que vemos”, afirmou. “E parte do que esperamos ver nos próximos meses na Venezuela é um reconhecimento de que é possível ser um líder forte e ter opiniões muito fortes sem tomar poder demais e sem silenciar a todos os seus críticos”.
As afirmações fazem parte de atual estratégia de governo norte-americano, de tentar melhorar relações, que estavam deterioradas. Dentre as medidas tomadas, recentemente o embaixador de Washington em Caracas, Patrick D. Duddy, retomou sua posição no país sul-americano, assim como o embaixador da Caracas em Washington, Bernardo Alvarez, foi readmitido nos Estados Unidos.
“Estamos tratando de baixar a temperatura. Queremos deixar claro que há muitas formas para que possamos ter uma conversa com pessoas que estamos de acordo em muitas questões”, declarou Hillary. “Não queremos ver interferência nos assuntos internos de outros países. Queremos ver uma vibrante democracia que reflete o melhor que os países têm a oferecer”.
Ao ser perguntada sobre a tendência de vários líderes latino-americanos, incluindo Hugo Chávez, de se manterem no poder por largos períodos, a secretária de Estado enfatizou que “como princípio geral estou de acordo que qualquer pessoa que fique no poder durante muito tempo, mesmo se inicialmente são eleitos em uma eleição livre e democrática, corre o risco de tomar muito poder para si. Isso não é bom para a democracia”.
Crise iraniana
Hillary assegurou que os Estados Unidos são a favor de “sanções mais estritas” ao Irã para “mudar o comportamento do regime”, caso não funcione a política diplomática levada adiante por Washington.
“Nesse caso, pediremos ao mundo que se una a nós na imposição de sanções mais estritas ao Irã para tentar mudar o comportamento do regime”, disse à Globovisión.
Hillary explicou que o governo está preocupado com o desenvolvimento de armas nucleares, que “seria muito desestabilizador não só para o Oriente Médio”, e com “o apoio ao terrorismo que o Irã ainda dá”.
“Vimos nas últimas semanas que o Irã não respeitou sua própria democracia”, disse em referência às eleições presidenciais passadas e à repressão exercida por Teerã sobre os protestos populares.
Segundo a chefe da diplomacia americana, os EUA estão dispostos a manter uma política de distensão. “Por isso não podemos dizer a outros países que não façam negócios com o regime do Irã para conseguir que mudem de comportamento”, explicou.
“Mas acho que não beneficia os interesses do mundo fazer negócios com o Irã para promover o regime”, acrescentou, ao assegurar que “isso não é inteligente”.
NULL
NULL
NULL