O ministro da defesa, general Hafez-Al-Assad, derruba por um golpe de Estado, em 13 de novembro de 1970, o presidente sírio Nouredine Atassi. Seria eleito presidente da República em março de 1971 e permaneceria durante 30 anos no comando do país. Assad levou a cabo uma política autoritária que só teria fim com a sua morte em junho de 2000. Seu filho, Bachar o sucedeu e até hoje permanece no poder.
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O general Hafez-Al-Assad em 1970
Jovem ainda, Hafez alimentava a ambição de um dia chegar ao poder. Após a independência da França em 1946, passou a integrar o Partido Baath, movimento nacionalista árabe de caráter secular que assumiria o controle do país em 1963. Hafez cumpriu carreira militar e acabou nomeado ministro da Defesa. Em 1970, articulou um golpe de Estado com a ajuda de um grupo de oficiais alauís. Desde então, os seguidores dessa minúscula seita xiita conseguiram se manter à frente dessa nação complexa de 20 milhões de habitantes, 76% dos quais sunitas.
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Hafez al Assad sobreviveu graças a sua capacidade de jogar com os eventos geopolíticos. Revelou-se um mestre em manter sob controle as intrincadas diferenças religiosas dentro de um regime laico. Empenhou-se ao máximo em proteger outras minorias religiosas – cristãos, ismaelianos, drusos -, pois dependia delas para contrabalançar a preponderância sunita.
Hafez era inclemente com seus inimigos, sobretudo com a Irmandade Muçulmana Síria, movimento fundamentalista sunita ansioso para apeá-lo do poder e instalar no país um Estado islâmico. No fim da década de 1970, a Irmandade promoveu uma série de atentados e Hafez ordenou que aviões militares bombardeassem áreas densamente povoadas em Hama, reduto dos militantes.
Em 1948, dois anos após a independência, a Síria entrou em guerra contra Israel. Após passar por vários golpes militares, uniu-se em 1958 ao Egito para formar a República Árabe Unida, da qual se separou depois do levante militar de 28 de setembro de 1961, convertendo-se em República Síria. Depois da tomada do poder em 1963 pelo Partido Baath, socialista e nacionalista, empreendeu-se uma série de profundas reformas sociais e econômicas, passando a denominar-se República Popular da Síria em 1964.
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Em 1966, o país aliou-se de novo ao Egito e, em 1967, viu-se envolvido na Guerra dos Seis Dias. Mais tarde, em 1973, já com Hafez na presidência, atacou Israel na chamada Guerra de Yom Kipur. Interferiu na defesa do Líbano contra Israel, em 1978. Partidária da causa palestina, mostrou-se contra as negociações de paz egipcio-israelenses conduzidas por Anwar el Sadat e Menachem Beguin. As tentativas de fusão com o Iraque em 1979 e com a Líbia em 1980 fracassaram.
O conjunto das etnias e seitas religiosas, tanto muçulmanas como cristãs, assim como o ressurgimento do integrismo islâmico, criaram situações difíceis ao presidente Hafez-Al-Assad, de orientação laica e socialista. Reeleito em 1980 como secretário-geral do Baath, reforçou seu poder. No mesmo ano, um tratado de cooperação com a União Soviética conferiu a Assad um papel central nos interesses soviéticos na região o que lhe permitiu contar com sofisticado armamento.
Simultaneamente à crescente deterioração das relações com Israel, a Síria passou a controlar militarmente o norte do Líbano, sempre na esperança de reaver as Colinas de Golã perdidas para Israel na Guerra dos Seis Dias. Durante a permanência de suas tropas no Líbano opôs-se aos planos de paz bem como às facções da OLP (Organização pela Libertação da Palestina) contrárias a Yasser Arafat. Em princípios de 1986 a figura de Assad surgia como a do mediador para qualquer solução de fundo nos assuntos político-religiosos daquele país. Em 1992 foi reeleito. Na primeira Guarra do Golfo se opôs ao Iraque, tendo participado do processo de paz em Madri, em 1991.
Quando Hafez al Assad morreu, em 2000, seu corpo foi levado de volta a Al Qardahah e sepultado ao lado de seu primogênito, Basil.
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