Coroando sua rápida ascensão na hierarquia do Partido Comunista, Mikhail Gorbachev é indicado em 11 de março de 1985 como o novo secretário-geral da União Soviética. Depois da morte de Konstantin Chernenko, comandaria seis anos de transformação radical da sociedade soviética e de sua política externa.
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Chernenko permaneceu apenas 13 meses no poder. Tinha a saúde frágil quando foi indicado e seria o terceiro líder a morrer em apenas dois anos. Leonid Brejnev havia morrido em novembro de 1982, após 18 anos no Kremlin. Seu substituto, Yuri Andropov, morreu 18 meses depois, aos 69 anos.
A velocidade da nomeação de Gorbachev surpreendeu a população. Quebrando as tradições, anunciou, ao tomar posse, que as conversações de desarmamento com os norte-americanos seriam retomadas em Genebra.
Filho de camponeses, Gorbachev nasceu em 1931, perto de Stavropol, na Ucrânia. Em 1952, viajou para Moscou para graduar-se em direito. De volta à terra natal, passou a ser extremamente ativo nas políticas do partido, começando assim uma rápida ascensão na burocracia comunista. Parte de seu sucesso era devida à inteligência, vigor e capacidade de perceber e explorar oportunidades. Com o apoio de Andropov, foi eleito para o Comitê Central em 1971.
Na década seguinte, trabalhou duro para promover a sua própria carreira e apoiar o líder soviético Leonid Brejnev. Quando Brejnev morreu, Andropov assumiu o poder. O papel de Gorbachev no novo governo ampliou-se até a morte de Andropov. Era amplamente aceito que Gorbachev seria o seu sucessor, mas sua juventude combinada com suspeitas de possuía uma mentalidade excessivamente reformista levou à escolha de Chernenko. Gorbachev não teve de esperar muito por uma segunda chance, pois Chernenko morreu com menos de um ano no poder. Superou as resistências, tornando-se o novo líder da União Soviética.
No curso dos seis anos seguintes, conduziu a União Soviética por um vertiginoso processo de reformas domésticas e mudanças na política exterior. Relaxou a pressão política e liderou uma campanha pela reforma do cambaleante sistema econômico. Nas relações internacionais, lutou por diálogos com os EUA a partir da assinatura de tratados de redução de armamentos nucleares.
O ritmo da mudança, no entanto, pode ter sido rápido demais. No final dos anos 1980, o sistema soviético já mostrava evidentes rachaduras. Países da Europa Oriental proclamavam seu rompimento, várias repúblicas soviéticas pressionavam pela independência e a economia entrava em espiral descendente. Em dezembro de 1991, Gorbachev renuncia à presidência e a União Soviética deixa formalmente de existir.
Mudou radicalmente o curso da política externa soviética. Depois de visitar o Reino Unido, a primeira-ministra Margareth Thatcher afirmou: “gosto do Sr. Gorbachev. Podemos negociar juntos”.
Deu início a uma política interna de abertura (Glasnost) e foi o arquiteto de profundas reformas econômicas (Perestroika). Contudo, essas políticas deram errado e levaram a uma severa penúria econômica. Era o cúmulo para os setores linha-dura. Em agosto de 1991, sobreviveu a uma tentativa de golpe apoiada por autoridades lideradas por Boris Yeltsin.
Em 25 de dezembro de 1991, Gorbachev renuncia. A bandeira soviética da foice e martelo seria hasteada pela última vez em 31 de dezembro.
Atualmente, é presidente da Cruz Verde, uma organização preocupada com a erradicação das armas químicas e biológicas. Sua mulher, Raisa, a única esposa de líder soviético a se tornar uma figura pública, morreu de leucemia em 1999.
Também nesse dia:
2004 – Terroristas detonam bombas em trens de Madri
1818 – Romance Frankenstein, de Mary Shelley, é publicado
1851 – Estreia no Teatro la Fenice de Veneza a ópera Rigoletto de Giuseppe Verdi
1956 – Congressistas norte-americanos se unem para derrubar a decisão da Suprema Corte de proibir a segregação racial em escolas públicas
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