Um comitê do Senado dos Estados Unidos publicou no dia 21 de novembro de 1975 um relatório segundo o qual funcionários governamentais americanos estavam por detrás de uma conspiração para assassinar dois líderes estrangeiros. O texto os considera pesadamente envolvidos em pelo menos três outros complôs. As estarrecedoras revelações davam a entender que os Estados Unidos estavam dispostos a lançar mão de atos criminosos a fim de atingir seus objetivos políticos no curso da Guerra Fria.
O Comitê Senatorial de Exame das Operações Governamentais que dizem respeito às atividades de inteligência, presidido pelo senador democrata Frank Church, afirmou que funcionários de alto escalão instigaram complôs para assassinar o líder cubano Fidel Castro e o presidente do Congo, Patrice Lumumba. Além disso, os funcionários americanos “encorajaram ou tinham pleno conhecimento das conspirações que levariam à eliminação de Ngo Dinh Diem do Vietnã do Sul, do general René Schneider do Chile e de Rafael Trujillo da Republica Dominicana”. As tentativas de assassinato de Fidel Castro fracassaram, contudo os outros quatro líderes foram eliminados. Havia também evidências do envolvimento dos Estados Unidos em inúmeros outros complôs dirigidos para a eliminação de líderes estrangeiros.
O comitê indicou, porém que não havia nenhuma evidência específica que um presidente tenha alguma vez autorizado algum assassinato. Todavia, declarou-se que “tenha ou não o presidente de fato tomado conhecimento de conspirações para cometer assassinatos, e mesmo que seus subordinados tenham falhado em seu dever de revelar plenamente essas atividades, ainda assim presume-se que o presidente teria conhecimento dos complôs.” A Agência Central de Inteligência (CIA) foi merecedora de especial condenação pelos seus esforços de recrutar atiradores da Máfia para matar Fidel Castro e mercenários para assassinar Patrice Lumumba. Na conclusão de seu relatório, o comitê declarou: “Condenamos o uso do assassinato como instrumento de política exterior e julgamos que assassinatos violam preceitos morais fundamentais de nosso estilo de vida”.
O presidente Gerald Ford criticou duramente a decisão de tornar público o relatório, afirmando que isto “traria um dano de extrema gravidade para o nosso país” e seria utilizado por “grupos hostis aos Estados Unidos de modo a causar o máximo prejuízo à imagem e à reputação da política externa dos Estados Unidos”.
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