O presidente francês, François Hollande, afirmou neste domingo (15/11), durante reunião com seus ministros, que é preciso dissociar as discussões europeias sobre a questão dos refugiados dos atos de terrorismo que ocorreram em Paris, reportou Le Monde.
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Hollande, antes de reunião com ministros no Palácio do Eliseu: apreensão
A declaração vem após uma onda de atentados que ocorreu na sexta-feira (13/11) na capital francesa e que matou ao menos 129 pessoas e deixou outras 352 feridas, segundo o último balanço oficial.
Essas ações, que incluíram tiroteios e homens-bomba, ocorreram em ao menos seis localidades diferentes de Paris — entre elas, o Stade de France e a casa de shows Bataclan — e foi reivindicada pelo Estado Islâmico no sábado (14/11).
O pedido de Hollande de não relacionar os atentados à crise migratória já havia sido sinalizado ontem por Berlim. Para o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, trata-se de uma “relação precipitada”.
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Em Paris, garoto muçulmano carrega mensagem em que lembra: islamismo não é terrorismo e terrorismo não tem religião
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Na contramão, a líder francesa do partido de ultradireita Frente Nacional, Marine Le Pen, disse nesta tarde que os “terroristas podem ter entrado na Europa entre os refugiados”. Após sair da reunião com Hollande e ministros, exigiu maior controle de fronteiras — medida esta estudada por governos conservadores do leste europeu, como o premiê húngaro, Viktor Orbán.
Ampliação do estado de emergência
Após a reunião no Palácio do Eliseu, o presidente do Senado, Gérard Larcher, anunciou que Hollande pedirá ampliação de estado de emergência por até 3 meses.
De acordo com o jornal Le Figaro, a mudança legislativa proposta pelo chefe de Estado do PS (Partido Socialista) será debatida no conselho de ministros da próxima quarta-feira. Ele quer ampliar dos atuais 12 dias para três meses o tempo que o presidente pode determinar o estado de emergência sem consultar o parlamento.
O atual texto, em vigor desde 1955, estabelece que o estado de emergência pode ser decretado em todo território ou em parte do país em caso de “perigo iminente” por alterações graves da ordem pública, diante de eventos que, por sua natureza ou gravidade, “possam apresentar um caráter de calamidade”.
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Marine Le Pen criticou governo e pediu medidas mais duras nesta tarde no Eliseu