A polícia da Hungria usou nesta quarta-feira (16/09) gás lacrimogêneo e tanques de água para dispersar os refugiados que tentavam derrubar a cerca de arame farpado de 175 quilômetros de extensão, inaugurada no início desta semana na fronteira com a Sérvia.
Reprodução/ATV
Jatos de água são usados pra afastar solicitantes de asilo na fronteira
A ação dos agentes ocorreu na cidade fronteiriça de Röszke, no sudeste do país, e faz parte de uma campanha de endurecimento de leis restritivas a solicitantes de asilo na Hungria. Em meio à ofensiva policial, refugiados jogaram garrafas de plástico, reportou a emissora local ATV.
Desde meia-noite de terça-feira (15/09), as forças húngaras interceptaram e detiveram 519 refugiados, informou hoje György Bakondi, assessor de Segurança Nacional do governo, em entrevista a jornalistas.
Bakondi não especificou quantos serão processados pelo cruzamento da fronteira, considerado ilegal pelas autoridades húngaras, e a quantos será aplicado o agravante de terem danificado a cerca no processo.
Ontem, uma nova lei de imigração que considera crime a entrada de pessoas sem autorização no país entrou em vigor, com pena de prisão de até três anos e/ou até expulsão. Desde então, Hungria fechou sua fronteira com a Sérvia, declarou estado de emergência na fronteira e ainda estuda a possibilidade de erguer um novo muro na divisa com a Romênia.
And water cannon too. #Horgos @5_News pic.twitter.com/pBJ33g6gE5
— Peter Lane (@peterlane5news) 16 setembro 2015
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Depois do fechamento da fronteira com a Sérvia, o número de refugiados que entrou em território húngaro caiu para 366 na terça – uma queda drástica se comparada aos mais de 9 mil que tentaram ingressar no país na segunda-feira.
Nas últimas 16 horas, 94 refugiados solicitaram asilo a Budapeste, entre eles sírios, afegãos e somalis, reportou a Agência Efe. Até o momento, nenhum deles recebeu esse status e 18 pessoas já tiveram seus pedidos rejeitados e devem ser expulsas à Sérvia.
“Esperamos que a imigração diminua ou encontre outras vias”, afirmou Bakondi. O estado de emergência poderá durar seis meses e o governo intensificará os controles fronteiriços. Além disso, a polícia e o Exército terão poderes especiais e assumirão as tarefas de registrar os solicitantes de asilo.
A medida do governo do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, vai contra uma série de tratativas do direito internacional. Segundo a Declaração dos Direitos do Homem, todas as pessoas têm direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal e toda a pessoa sujeita a perseguição tem o direito de procurar e de se beneficiar de asilo em outros países.