Domingo, 13 de julho de 2025
APOIE
Menu

Na Hungria, que tem 10 milhões de habitantes, vivem cerca de 600 mil ciganos, segundo alguns cálculos. A integração deles é uma tarefa pendente desde a queda da Cortina de Ferro, em 1989.

Anikó Bernát, socióloga do Instituto Tárki, conta que a tentativa de integrar os ciganos  faz parte de um longo processo de 20 anos, já que os governos da transição política não foram capazes de abordar o tema com a profundidade necessária.

Leia mais:

Cresce a violência contra ciganos: sete foram mortos em um ano

Receba em primeira mão as notícias e análises de Opera Mundi no seu WhatsApp!
Inscreva-se

“O desemprego e a miséria são problemas que caracterizam a situação social de uma grande maioria da população cigana na Hungria, até o ponto em que agora cresce uma segunda geração romani que não viu seus pais trabalharem”, acrescentou Bernát.

Por sua vez, o defensor público para as minorias Ernö Kállai, em discurso no Parlamento, pediu “um plano de paz étnico” e responsabilizou a elite política pelas relações tensas entre os diferentes grupos sociais.

Angela Kóczé, especialista do Centro Europeu pelos Direitos dos Ciganos, com sede em Budapeste, explicou que a aparição da Guarda Húngara, inspirada nos movimentos fascistas do país, “serve de instrumento de legitimação” para muitos que até agora não se expressavam contra os ciganos.

“Na creche de Szikszó [leste do país], onde temos um projeto, as professoras impõem a ordem entre as crianças ciganas ameaçando-as com a Guarda Húngara”, ressaltou a pesquisadora.

Apesar de Kóczé opinar que a situação atual é dramática e pode ter conseqüências imprevisíveis, ela ressalta que esta crise social poderia criar as condições para se repensar as estruturas e a convivência entre ciganos e húngaros.

Hungria tem 600 mil ciganos e não consegue integrá-los

NULL

NULL

NULL