O pessimismo de investidores diante do encontro dos líderes europeus nesta semana contaminou os mercados financeiros e fez com que bolsas de valores de todo o planeta sofressem fortes desvalorizações. Esses resultados foram negativos o suficiente para zerar a média de lucratividade dos ativos listados pelo S&P 500, índice que avalia, dentre outros fatores, a liquidez de 500 papeis negociados em mercados norte-americanos.
O índice Dow Jones sofreu uma queda de mais de 1%, acompanhado de uma desvalorização de quase 2% na bolsa de tecnologia e informática Nasdaq. No Brasil, a Bovespa encerrou seu pregão no vermelho, em desvalorização de 3%.
Devido ao anúncio de que a Espanha voltará a pedir ajuda para resgatar seus bancos, o setor financeiro acabou sendo, ao lado do energético, o mais prejudicado. Petrolíferas como a OSX chegaram a acusar quedas de 3,4% em suas cotações. A revelação de metas mais “realistas” da gigante Petrobras para os próximos quatro anos fez com que a desvalorização dos ativos da companhia chegasse a 8%.
NULL
NULL
Não há grandes expectativas para o encontro da cúpula da União Europeia nas próximas quinta e sexta-feira. Em entrevista à agência Reuters, Gail Dudack, diretor de estratégias de investimento do Grupo de Pesquisa Dudack, explicou que investidores “estavam bastante esperançosos de que os líderes estavam avançando e de que as reuniões dessa semana se frutificariam em conclusões positivas”. Contudo, o que se percebe agora são os efeitos da austeridade alemã sobre os mercados gregos e o efeito dominó provocado pelos altos juros cobrados pelo bloco pelo resgate do sistema bancário espanhol.
Madri pediu formalmente à União Europeia 100 bilhões de euros para recapitalizar suas instituições financeiras e deixou claro que o montante final só será decidido posteriormente. Diversos economistas argumentam que esse seria apenas uma parte do que ainda será um completo aporte de emergência nos cofres espanhóis.
Também nesta segunda-feira, a condição crítica do sistema bancário espanhol levou o serviço de investidores da agência de classificação de risco Moody's a rebaixar o status de 28 entidades financeiras do país.
De acordo com a instituição, os bancos fragilizados teriam “relações demais com o Estado”, o que implica em uma “desvalorização de suas cartas de crédito”. Mais além, a elevação no volume de perdas “deve aumentar a probabilidade de esses bancos pedirem ajuda externa”.
Entre os rebaixados está o Santander, que só não foi pior apreciado por conta da diversidade de suas operações em países latino-americanos como o Brasil, a maior economia da região. No parecer da Moody’s, é justamente essa presença de entidades financeiras europeias em mercados emergentes que previne a completa estagnação do continente.