O procurador-geral da Indonésia, Muhammad Prasetyo, pediu neste domingo (18/01) respeito às leis do país em resposta às críticas pela execução de seis réus, entre eles o brasileiro Marco Archer, informou a imprensa local.
Os condenados, cinco estrangeiros e uma indonésia, todos eles por tráfico de drogas, foram fuzilados pouco depois da meia-noite, no horário local, em duas penitenciárias no centro da ilha de Java.
“Podemos entender a reação do mundo e dos países que têm cidadãos que foram executados. No entanto, cada país deve respeitar as leis aplicadas em nosso país”, disse Praseyto, segundo o jornal Jakarta Globe.
O procurador-geral reiterou a defesa da pena capital como medida dissuasória na luta contra o tráfico de drogas e insistiu que continuará a haver punição na Indonésia. “Acho que se compreenderá que a pena de morte está vigente na Indonésia”, disse Praseyto em entrevista coletiva. Brasil e Holanda reagiram às execuções com o chamado para consultas de seus respectivos embaixadores em Jacarta.
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A presidente do Brasil, Dilma Rousseff, manifestou sua “consternação e indignação” após a confirmação da execução de Archer, de 53 anos. Na sexta-feira, ela ligou para o presidente indonésio, Joko Widodo, pedindo clemência.
Agência Efe
Widodo, considerado por muitos ativistas como uma esperança de mudança no país, optou pela linha dura na luta contra o narcotráfico, e no final de ano anunciou que não haveria clemência para os condenados por estes crimes.
[Imagem de Archer no ano de sua prisão, em 2003]
A Anistia Internacional (AI) qualificou hoje como uma regressão para os direitos humanos as execuções, as primeiras das 20 que o governo indonésio planeja realizar este ano, depois de não ter havido nenhuma em 2014.
“Este é um sério passo atrás em um dia muito triste. A nova administração assumiu o cargo com a promessa de fazer dos direitos humanos uma prioridade, mas a execução de seis pessoas deixa esse compromisso pra trás”, disse o diretor de investigação da AI no Sudeste Asiático, Rupert Abbott.
O procurador-geral indonésio respondeu anunciando a aceleração da segunda fase de execuções. “Não deveria haver nenhum processo legal por terminar. Assim que os tenhamos completado prepararemos as execuções tão breve quanto possível”, disse Praseyto.