Atualizada às 20h38
O governo indonésio não atendeu aos reiterados pedidos feitos pelo Estado brasileiro para evitar que Marco Archer Cardoso Moreira, condenado à morte na Indonésia em 2004 por tráfico de cocaína, seja fuzilado. A execução de Moreira e de outros três estrangeiros — um nigeriano, um vietnamita e um malês, além de dois indonésios — está prevista para o próximo domingo (18/01).
A Indonésia tem 64 pessoas no corredor da morte por envolvimento com tráfico de drogas — um deles é outro brasileiro, Rodrigo Muxfeldt Gularte, detido em 2004. Se a resolução não for revertida, Moreira será o primeiro brasileiro executado no exterior.
Agência Efe
Joko Widodo é o primeiro presidente indonésio sem relação com o ex-ditador Hadji Mohamed Suharto
A Embaixada do Brasil em Jacarta confirmou nesta quinta-feira (15/01) à emissora alemã Deutsche Welle que está tentando impedir ou, pelo menos, adiar a execução de Moreira. “O governo brasileiro continua mobilizado, acompanhando estreitamente o caso e avalia todas as possibilidades de ação ainda abertas”. A diplomacia brasileira, no entanto, não deu detalhes sobre possíveis ações para preservar a “capacidade de atuação”.
O advogado de Moreira afirmou que o governo brasileiro enviou uma carta à Indonésia pedindo que ele fosse extraditado para cumprir pena no Brasil. Mas, como ele já havia sido transferido na noite de ontem para a prisão onde está isolado para ser preparado para a execução, não haveria mais tempo para manobras legais.
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O jornal Folha de S. Paulo também confirmou que o governo brasileiro tentou entrar em contato com o presidente Joko Widodo para pedir o adiamento da pena de Moreira, mas o mandatário não respondeu às mensagens.
De acordo com o jornal australiano, no final do ano passado o governo do presidente Widodo negou definitivamente o pedido de clemência feito pelo brasileiro. O mandatário assumiu o poder em 2014 e adotou uma política de intolerância com relação ao tráfico de drogas.
No último mês, em conferência em uma universidade local, Widodo declarou que iria negar o pedido de clemência apresentado pelos 64 presos condenados à morte. “Essas 64 mortes são necessárias porque a Indonésia está em um estado de emergência por causa das drogas, com pessoas morrendo diariamente”, afirmou.