O governo iraniano classificou neste sábado (08/09) como “racista”a decisão do Canadá em romper relações diplomáticas com o país persa. Além de fechar a embaixada em Teerã e exigir que os diplomatas iranianos no Canadá deixassem o país em cinco dias, o Irã também passou a figurar na lista canadense de países patrocinadores do terrorismo. A justificativa principal de Ottawa para essas ações é que o governo iraniano estaria fornecendo assistência militar à Síria.
Em resposta, o porta-voz do Ministério da Relações Exteriores iraniano, Ramin Mehmanparast, disse neste sábado (08) que “a atitude hostil do atual racista governo canadense está certamente em linha com a política ditada pelo regime sionista (Israel) e pelo Reino Unido”.
Em declarações divulgadas pela agência oficial iraniana “Irna”, o porta-voz iraniano, diz que a suspensão faz parte da “continuação da política contra o Irã” do governo do primeiro-ministro conservador, Stephen Harper, e uma “óbvia violação da legislação internacional”.
“O fechamento da seção de vistos em Teerã, o congelamento de contas bancárias de cidadãos iranianos que vivem no Canadá e a proibição de transferir dinheiro a estudantes iranianos nesse país estão entre as numerosas medidas hostis do governo canadense contra o Irã e a comunidade iraniana no Canadá”, declarou.
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Por outro lado, Mehmanparast acusou o Canadá de ter tentado, sem sucesso, impedir a realização em Teerã da recente Cúpula do Movimento de Países Não-Alinhados, da qual participaram 120 delegações de países em desenvolvimento.
O ministro de Relações Exteriores canadense, John Baird, disse na sexta-feira (07/09) que o Irã é a ameaça mais significativa para a paz global e a segurança mundial hoje. “O regime iraniano está fornecendo cada vez mais assistência militar para o regime de (Bashar) Assad, se recusa a cumprir as resoluções da ONU sobre seu programa nuclear, ameaça rotineiramente a existência de Israel, age com retórica antissemita racista e incita o genocídio”.
Em abril, o Canadá, aliado incondicional de Israel e dos Estados Unidos, já havia encerrado seu serviço de concessão de vistos e imigração na embaixada em Teerã, movendo a operação para Ancara, na Turquia. Ottawa mantinha não um embaixador, mas um chargé d'affaires (encarregado de negócios) na cidade.