Poucas horas antes de o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, declarar simbolicamente a retirada militar norte-americana do Iraque, o porta-voz do ministério de Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, pediu que as tropas estrangeiras deixem completamente seu vizinho árabe.
“A presença maciça de tropas americanas sob diversos pretextos como a formação de tropas [iraquianas] é inaceitável”, disse Mehmanparast à imprensa nesta terça-feira (31/8), segundo o site da emissora iraniana PressTV.
Mehmanparast afirmou também que a postura dos EUA diante da retirada foi contraditória. “Quando Washington anunciou pela primeira vez que estava retirando suas tropas do Iraque, continuou a construir mais bases militares no país dilacerado pela guerra”, criticou.
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“Isso mostra que os norte-americanos não tomaram medidas sérias para a retirada de suas tropas do Iraque. Acreditamos que, se os norte-americanos e as outras forças estrangeiras voltassem para seus países e deixassem a segurança nas mãos dos povos da região, a estabilidade e a segurança seriam restabelecidas mais rapidamente”, acrescentou.
Atualmente, cerca de 50 mil soldados norte-americanos continuam no Iraque segundo os EUA, para dar “suporte” ao país. Mas, de acordo com o cronograma anunciado por Obama, todos estes militares deverão sair até o fim de 2011.
Falta de autoridade
Embora a violência no país tenha caído após o auge que atingiu entre 2006 e 2007, continua alta, muito acima dos índices registrados antes da invasão, em 2003, como lembrou o correspondente da TV Al Jazira em Bagdá, Mike Hanna. Segundo o repórter, porém, esta não é a principal preocupação dos iraquianos, que se perguntam o que o futuro trará após sete anos de ocupação militar.
“Embora a segurança continue a ser uma das grandes preocupações dos iraquianos, a principal preocupação ainda é a falta de autoridade de fato”, disse o correspondente.
Não é o que a posição oficial do governo iraquiano, como ressaltou o primeiro-ministro, Nouri al-Maliki, em discurso dirigido à nação nesta terça-feira (31/8). Para ele, embora a presença militar norte-americana vá continuar por pelo menos mais um ano, o país já é “soberano e independente”.
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